"Kiev nos impede", diz Rússia sobre oferta do Vaticano de sediar negociações
Santa Sé afirmou que papa Francisco continua à disposição para auxiliar diálogo entre os países
Camila Stucaluc
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, agradeceu os esforços do Vaticano para auxiliar as negociações de paz com a Ucrânia, mas dispensou a oferta. Sem dar mais detalhes, o político afirmou que a atual posição do governo ucraniano na guerra impede que Moscou aceite a proposta da Santa Sé.
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"Sabemos que várias autoridades e governos estrangeiros estão expressando prontidão para fornecer uma plataforma [para negociações]. É claro que damos as boas-vindas a essa vontade política, mas dada a situação de fato e de jure que temos agora do lado ucraniano, essas plataformas não podem ser demandadas", disse Peskov.
A declaração se refere à fala do secretário da Santa Sé para Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher, que afirmou, no último domingo (27.nov), que o papa Francisco está disponível desde o início da guerra para sediar as negociações de paz. Ele ressaltou que, apesar de não haver resposta, a oferta permanece aberta.
"Se for oportuno e necessário oferecer e disponibilizar esses ambientes, como já fizemos no passado, o santo padre acolheria positivamente uma proposta que chegasse das duas partes com boas intenções e o espírito de buscar a paz", disse Gallagher.
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Ao longo dos últimos meses, o papa demonstrou interesse em auxiliar o diálogo entre os países, bem como visitar as capitais Kiev e Moscou. No entanto, devido aos problemas no joelho, Francisco não conseguiu dar seguimento às viagens. O tema da guerra, por sua vez, é citado pelo pontífice em quase todas as audiências no Vaticano.