Justiça mantém prisão de Cônsul alemão suspeito de matar o marido no Rio
Imunidade diplomática que impediria a prisão preventiva não vale para caso de crime grave
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Está preso preventivamente o cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn, 60 anos. Ele é suspeito de matar o companheiro, o belga Walter Henri Maximilen Biot na última 6ª feira (5.ago). A prisão preventiva foi decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio no último domingo (7.ago).
O cônsul passou por audiência de custódia, na cadeia de Benfica, onde está preso. A defesa do diplomata pediu o relaxamento da prisão alegando imunidade consular, mas foi negado pelo juiz Rafael de Almeida Rezende.
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Segundo a Convenção de Viena sobre Relações Consulares (Decreto 61.078, de 25 de julho de 1967), funcionários consulares não poderão ser detidos nem presos preventivamente, porém abre exceção para "caso de crime grave e em decorrência de autoridade judiciária competente".
Para o magistrado, o homicídio, ocorrido no imóvel do casal, não tem nenhuma relação com as funções consulares. Em sua decisão, o juiz considerou a existência de diversas lesões no corpo da vítima, apontadas pelo laudo da necrópsia como uma lesão compatível com pisadura e outra com emprego de instrumento cilíndrico. No quarto do casal e no banheiro, foram constatadas manchas de sangue.
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Uwe Herbert, foi preso em flagrante no sábado (6.ago), após contradições em seu depoimento e de conclusões técnicas da perícia e do laudo necroscópico. Segundo o juiz, a manutenção da prisão preventiva é importante para evitar riscos à coleta de provas e evitar a fuga do suspeito.
Em seu depoimento para a polícia, o diplomata disse que o cônjuge teve um mal súbito e acabou se ferindo na cobertura do apartamento do casal, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro.
O diplomata afirmou ainda que seu companheiro bebia muito e se medicava para dormir. Eles estavam juntos há 23 anos. O porteiro do prédio disse que eles formavam um casal tranquilo, e que Walter de fato bebia muito.
Em nota, o Consulado Geral da Alemanha no Rio de Janeiro afirmou que: "A Embaixada da Alemanha em Brasília e o Consulado Geral no Rio de Janeiro estão em estreito contato com as autoridades brasileiras neste caso. Pedimos a sua compreensão de que, por razões de privacidade pessoal, não podemos atualmente fornecer mais informações sobre a pessoa ou detalhes do caso."