Floresta Amazônica registra o maior desmatamento em 15 anos
Foram quase 1,5 mil Km² destruídos em maio, aumento de 31% em relação ao mesmo mês de 2021
Nara Bandeira
Nos cinco primeiros meses do ano, a Floresta Amazônica teve o maior desmatamento dos últimos 15 anos. Os dados, divulgados nesta 6ª feira (17.jun), revelam um aumento da devastação em todas as áreas pesquisadas.
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Foram quase 1,5 mil quilômetros quadrados - 1.476 Km² - destruídos em maio, aumento de 31% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em maio de 2021, a devastação amazônica foi de 1.125 Km².
Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelam ainda que, de janeiro a maio, foram mais de 3,3 mil Km² desmatados na região. O que representa três vezes mais que a área da cidade de Belém (PA). É como se fosse arrancada a vegetação de uma área equivalente a mais de 2 mil campos de futebol por dia.
Entre os estados, a destruição da Floresta Amazônica foi maior no Amazonas (553 Km²), com aumento de mais de 100% em relação a maio do ano passado (264 Km² em maio de 2021).
"Sempre que tem desmatamento há violência."
"Além do desmatamento no sul do Amazonas, que concentra uma parte do problema, tem uma escalada de violência que culminou com a morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips", comenta o pesquisador Carlos Souza Júnior. "Sempre que tem desmatamento há violência, há conflito no campo."
Depois do Amazonas, a lista de desmatamento amazônico segue com Pará e Mato Grosso, com 471 Km² e 196 Km², respectivamente.
Seis de dez unidades de conservação e quatro das dez terras indígenas mais desmatadas na região em maio estão no Pará. Só a área de preservação ambiental (APA) Triunfo do Xingu perdeu 135 Km² de terra de floresta, 29% do total desmatado.
"São necessárias ações para fortalecer os órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização."
Das terras indígenas, a Apyterewa, sudeste paraense, foi a mais desmatada. "Para combater o desmatamento, são necessárias ações para fortalecer os órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização e o controle do desmatamento ilegal, evitando as invasões de florestas públicas e áreas protegidas", afirma a pesquisa Bianca Santos.
