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Jornalismo

Segunda rodada de negociações para cessar-fogo na Ucrânia é adiada

Milhões de ucranianos se refugiam em subsolos e abrigos antiaéreos em vários pontos do país

Imagem da noticia Segunda rodada de negociações para cessar-fogo na Ucrânia é adiada
Militares e presidente da Ucrânia com equipamentos militares (Reprodução/Instagram)
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Uma segunda rodada de negociações para o cessar-fogo na Ucrânia foi adiada para esta 5ª feira (2.mar). No sétimo dia de guerra, houve intensos bombardeios russos no território ucraniano. O governo do país invadido já fala em mais de 2 mil civis mortos, enquanto a Rússia admite a perda de quase 500 soldados no conflito.

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O enviado especial do SBT News, Sérgio Utsch, fez uma viagem de quase dois dias para chegar em Lviv, no oeste do país, depois que saiu de Kiev. Normalmente, o trajeto leva no máximo sete horas. A demora ocorreu por causa das inúmeras barreiras e barricadas improvisadas, em várias partes do país, e dos desvios feitos por questões de segurança.

Antes de chegar em Lviv, perto da fronteira com a Polônia, enfrentou um último congestionamento, quase tão grande quanto o sofrimento de quem tenta escapar da guerra. São pessoas que estão fugindo de bombardeios, literalmente, tentando evitar bombardeios. Muitas mulheres, muitas crianças. Há lojas de conveniência na beira da estrada e supermercados funcionando na Ucrânia, e Utsch conseguiu abastecer na manhã desta 4ª feira. Porém, há uma dificuldade cada vez maior para acesso a água, comida e combustível, e isso torna muito difícil esse processo de saída das pessoas.

A chegada da comitiva brasileira foi registrada com uma foto com o embaixador do Brasil, Norton Rapesta, mas não há muito tempo. Na cidade que serve de rota para centenas de milhares de ucranianos deixarem o país, o Itamaraty montou um escritório para ajudar os brasileiros que ainda estão em alguns pontos da Ucrânia.

Como em Kherson, onde tanques russos podem ser vistos na região central. Em Moscou, o comando militar anunciou que tem o controle da cidade - informação negada pelo prefeito a agências internacionais. O que já está muito claro, porém, é que a alegação russa de que alvos civis não estão sendo bombardeados não é verdadeira. Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, teve um edifício residencial danificado e prédios do governo atingidos por mísseis.

Enquanto os bombeiros tentavam controlar o incêndio, parte do telhado de um deles desabou. Os ataques deixaram pelo menos 21 mortos. Mais de 100 pessoas ficaram feridas. Em Luhansk, na região leste ucraniana, ao menos um civil morreu depois que um míssil destruiu uma cervejaria.

A ofensiva, justamente no leste do país, faz parte de um plano para ligar a Crimeia, área que foi tomada pelos russos em 2014, a Donbass que, desde então, está sob controle de separatistas apoiados militarmente por Moscou. A região é chamada por radicais de Nova Rússia. Outro ponto central dessa batalha é a capital, Kiev. Tão importante que os próprios ucranianos destruíram uma ponte que dá acesso à cidade para dificultar o avanço das tropas russas.

Nesta 4ª, equipes de emergência ainda trabalhavam nos destroços do bombardeio da torre de TV e de um memorial em homenagem aos judeus ucranianos mortos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou que as tropas russas estão se aproximando da capital, mas disse que a cidade está pronta para se defender da invasão. 

Na guerra de propaganda, a Rússia está divulgando imagens que mostram o avanço do exército e ataques precisos com helicópteros, enquanto o governo ucraniano divulga vídeos como um mostrando a destruição causada em uma área residencial em Zhytomyr, a 140 km de Kiev. Ou um, publicado por um diplomata ucraniano nas redes sociais, mostrando um voluntário quase sendo atingido por um míssil enquanto fazia uma transmissão ao vivo sobre doações ao país.

Não há precisão de ataques em uma guerra, como bem sabem os milhões de ucranianos que se refugiam em subsolos e abrigos antiaéreos em vários pontos do país. Como em hospitais, onde doentes, muitas crianças inclusive, estão sendo mantidos. É abaixo do nível da rua e sob o bombardeio dos russos que uma mãe sorri para seu filho recém-nascido. Carinho e cuidado é tudo o que ela tem para dar.

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