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Jornalismo

Conhecidos pela resistência, ucranianos desafiaram nazistas em campo

Jogo que completa 80 anos em 2022 mostra que povo não aceita a derrota facilmente

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Cartaz da partida (Reprodução/Wikimedia Commons)
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A resistência do povo ucraniano já foi testada em vários momentos da história. Além da atual dominação russa, o país teve que lutar para sobreviver ao comunismo soviético e à violência do nazismo. Um episódio em especial, que completa oito décadas este ano, é um exemplo de que os ucranianos não aceitam a derrota facilmente.

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Mesmo sob ataque, resistir. Está aí um verbo que os ucraniamos conjugam em vários tempos? Era o ano de 1942, a Europa vivia a sangrenta Segunda Guerra Mundial. Na capital Kiev, sob ocupação, um time formado pela brigada antiaérea nazista vai a campo contra o FC Start, onde atuavam ex-atletas do Dínamo.

Os nazistas queriam também nas quatro linhas defender o indefensável: a superioridade da raça ariana. Os ucranianos venceram o primeiro jogo e foram desafiados para uma revanche, que ficou conhecida como "o jogo da morte". Uma partida de futebol que exemplifica os horrores da guerra, mas também diz muito sobre o espírito de resistência dos ucranianos.

O cônsul honorário da Ucrânia em São Paulo, Jorge Rybka, relembra a história que ele ouviu pela primeira vez ainda criança. Conta que, no intervalo do jogo, os ucranianos foram advertidos no vestiário. "Representantes do exército nazista chegaram ao vestiário e disseram: vocês vão perder esse jogo", rememora.

Mas o time da casa não aceitou a posição dos covardes. Vencia por 5 a 3, quando algo precipitou o fim da partida. "Os ucranianos, numa troca de passes, driblaram a defesa, driblaram o goleiro, chegaram na linha do gol e chutaram para o meio de campo, dizendo: acho que chega, né?", conta Rybka.

Os alemães não engoliram a humilhação e o placar traçou o destino dos ucranianos: "Alguns foram a campos de concentração e outros acabaram sendo mortos".

Dona Ludmilla tinha 5 anos quando o jogo aconteceu e, meses depois, abandonou a Ucrânia com a família, fugindo dos nazistas e também dos comunistas soviéticos. Hoje se reconhece nos que vê abandonando tudo e caminhando pelas estradas.
  
"Só peço a Deus e ao mundo inteiro que olhe para a minha Ucrânia. A vida toda estamos resistindo e lutando pela nossa independência", diz.

Para os que perderam a vida e para os que sobreviveram, antes e agora, uma única lição. "Serão subjugados? Os ucranianos mostraram: nunca, nem na morte", arremata o cônsul.

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