Anvisa aprova uso emergencial de medicamento contra a covid-19
Remédio Sotrovimabe é recomendado para pacientes que estão de quadro leve a moderado da doença

Bruna Yamaguti
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou por unanimidade, nesta 4ª feira (8.set), o uso emergencial do medicamento Sotrovimabe no tratamento contra covid-19. O pedido de uso emergencial estava em análise desde o dia 19 de julho.
Trata-se de um anticorpo monoclonal desenvolvido pela empresa multinacional britânica GlaxoSmithkline, mais conhecida como GSK. Ele já foi autorizado pela agência reguladora dos Estados Unidos (FDA). O medicamento é recomendado para tratar pacientes que estão em quadro leve a moderado da doença, mas que têm riscos de agravamento.
Um anticorpo monoclonal é um tipo de proteína que foi projetado para reconhecer e se ligar a uma estrutura específica (antígeno), nesse caso, a do vírus SARS-CoV-2.
Segundo a Anvisa, o tratamento é indicado para adultos e pacientes pediátricos -- com 12 anos ou mais que pesem no mínimo 40 kg -- que não necessitam de suplementação de oxigênio. O tratamento deve ser iniciado assim que possível após o teste viral positivo para SARS-CoV-2 e, preferencialmente, dentro de 5 dias do início dos sintomas. O remédio não é recomendado para pacientes graves de covid-19.
Estudos clínicos revelaram que a terapia resultou em uma redução clínica e estatisticamente significativa na proporção de pacientes com Covid-19 leve ou moderado. O uso em mulheres grávidas deve ser feito com cautela, uma vez que os dados da aplicação do produto em gestantes são limitados.
O Sotrovimabe é o quinto medicamento aprovado pela Anvisa para uso emergencial no Brasil. O primeiro foi o remdesivir.
Meiruze Sousa Freitas, diretora da Anvisa, ressaltou a necessidade de disponibilizar mais medicamentos capazes de evitar que os pacientes infectados desenvolvam complicações. "A autorização de mais um tratamento monoclonal possibilita a ampliação de mais uma opção terapêutica, evitando as internações dos pacientes de alto risco com Covid-19. Mais uma vez destaco que é importante ampliar o arsenal de terapias medicamentosas, em especial aquelas capazes de atuar contra as variantes do novo coronavirus que circulam no Brasil", afirmou.