Jornalismo
Japoneses pressionam autoridades para cancelarem Olímpiadas
A 3 meses do evento, casos de covid-19 disparam no país, onde vacinação ocorre a conta-gotas
Paulo Oliveira
• Atualizado em
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O recrudescimento da pandemia no Japão tem levantado dúvidas sobre a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, cuja abertura está marcada para 23 de julho. O Comitê Olímpico Internacional (COI), entretanto, descarta essa hipótese.
Com o agravamento da crise sanitária país, a opinião pública japonesa pressiona as autoridades locais a cancelar ou adiar o evento. Pesquisa realizada pela agência de notícias Kyodo News concluiu que 39,2% dos japoneses querem o cancelamento do evento e 32,8% querem o seu adiamento.
No início do mês, o revezamento da tocha olímpica na cidade de Osaka foi cancelado por governantes locais em meio à escalada de registros da doença. Até a última 4ª feira (21.abr), o Japão contabilizava 546.425 registros e 9.764 óbitos em decorrência da covid-19.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio já foram adiados de 2020 para 2021 por conta da crise sanitária.
LEIA MAIS
+ Jogos Olímpicos não serão afetados por estado de emergência em Tóquio
+ Chefe das Olímpiadas do Japão 2020 renuncia ao cargo após comentários sexistas
Segundo o Comitê Olímpico Brasil (COB), 208 atletas brasileiros estão confirmados na competição até o momento, nas mais diversas categorias, que vão desde o tênis de mesa ao futebol. Ao SBT News, Marco La Porta, vice-presidente do COB e chefe da Missão Tóquio 2020, afirma que esse quantitativo deve aumentar, alcançando entre 250 e 300 esportistas até o início do evento.
De acordo com ele, o COB não trabalha com a hipótese de suspensão ou cancelamento dos jogos. Contudo, o vice-presidente do comitê diz que alguns atletas têm enfrentado dificuldades para competir em eventos classificatórios que antecedem as Olimpíadas.
Com diversos países proibindo ou restringindo a entrada de brasileiros em territórios, alguns atletas precisam realizar escalas para poderem competir em determinados torneios.
"Algumas modalidades, que antes dos jogos precisam competir, estão encontrando problemas para entrar em determinados países. Cada vez que surgem problemas, tentamos contorná-los [com viagens com escalas em países que permitem o desembarque de brasileiros]", diz La Porta .
Laís Nunes, 28, atleta de wrestling (luta livre), competirá nos jogos olímpicos pela segunda vez. Ela mantém o otimismo na realização do evento e, apesar dos protocolos adotados para minimizar a infecção pelo novo coronavírus durante a sua preparação, ela continua participando de competições e treinando.
"A minha rotina competitiva está normal dentro do possível. Acabei de ser campeã do Torneio Kolov e Petrov, na Bulgária, um torneio tradicional disputado desde os anos 60. Graças a Deus estou conseguindo competir, o que é muito importante para qualquer atleta. Apesar da pandemia, tenho feito tudo dentro da segurança, apenas três pessoas participam do treino em São José dos Campos", explica.
Caio Bonfim, 30, atleta de marcha atlética do Distrito Federal, também não acredita que o evento tenha mudanças na data. Ele afirma que, durante alguns meses, teve que adaptar a sua rotina de treinos às regras definidas pelo governo do DF, o que se tornou um desafio.
"Não estava treinando como fazia antes. Com os parques e pistas de corridas fechadas, tive que treinar em casa, numa esteira. Foi um momento bem diferente", explica.
Durante as olímpiadas, o COI estabeleceu que os atletas serão testados a cada 4 dias, mas veículos de imprensa japoneses afirmaram, nesta semana, que a testagem será diária. Nos próximos dias, deve ser lançado um manual com as diretrizes a serem adotadas no evento.
Vacinação
Sem dar mais detalhes, no começo de março, o COI chegou a afirmar que há tratativas com a China para que a imunização de atletas seja realizada. A 90 dias do evento, não há novidades sobre essas negociações.
Neste mês, a imprensa japonesa noticiou que o governo local trabalhava para que atletas olímpicos fossem vacinados, o que causou revolta nas redes sociais do país. Isso porque a campanha de vacinação no Japão caminha a passos lentos. Segundo o site Our World in Data, apenas 1,1% da população japonesa havia tomado ao menos uma dose da vacina contra a covid-19 até a última 4ª feira (21.abr).
Paralimpíadas
Nos Jogos Paralímpicos, que têm a abertura marcada para 24 de agosto, o Brasil tem 116 vagas. Assim como o COB, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) afirma que não trabalha com o adiamento do evento.
Sobre a vacinação desses esportistas, o CPB argumenta que "por ter uma grande parcela de pessoas que integra o grupo de risco, os atletas paralímpicos devem naturalmente fazer parte dos grupos prioritários, conforme estabelece o Plano Nacional de Vacinação".
Com o agravamento da crise sanitária país, a opinião pública japonesa pressiona as autoridades locais a cancelar ou adiar o evento. Pesquisa realizada pela agência de notícias Kyodo News concluiu que 39,2% dos japoneses querem o cancelamento do evento e 32,8% querem o seu adiamento.
No início do mês, o revezamento da tocha olímpica na cidade de Osaka foi cancelado por governantes locais em meio à escalada de registros da doença. Até a última 4ª feira (21.abr), o Japão contabilizava 546.425 registros e 9.764 óbitos em decorrência da covid-19.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio já foram adiados de 2020 para 2021 por conta da crise sanitária.
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Segundo o Comitê Olímpico Brasil (COB), 208 atletas brasileiros estão confirmados na competição até o momento, nas mais diversas categorias, que vão desde o tênis de mesa ao futebol. Ao SBT News, Marco La Porta, vice-presidente do COB e chefe da Missão Tóquio 2020, afirma que esse quantitativo deve aumentar, alcançando entre 250 e 300 esportistas até o início do evento.
De acordo com ele, o COB não trabalha com a hipótese de suspensão ou cancelamento dos jogos. Contudo, o vice-presidente do comitê diz que alguns atletas têm enfrentado dificuldades para competir em eventos classificatórios que antecedem as Olimpíadas.
Com diversos países proibindo ou restringindo a entrada de brasileiros em territórios, alguns atletas precisam realizar escalas para poderem competir em determinados torneios.
"Algumas modalidades, que antes dos jogos precisam competir, estão encontrando problemas para entrar em determinados países. Cada vez que surgem problemas, tentamos contorná-los [com viagens com escalas em países que permitem o desembarque de brasileiros]", diz La Porta .
Laís Nunes, 28, atleta de wrestling (luta livre), competirá nos jogos olímpicos pela segunda vez. Ela mantém o otimismo na realização do evento e, apesar dos protocolos adotados para minimizar a infecção pelo novo coronavírus durante a sua preparação, ela continua participando de competições e treinando.
"A minha rotina competitiva está normal dentro do possível. Acabei de ser campeã do Torneio Kolov e Petrov, na Bulgária, um torneio tradicional disputado desde os anos 60. Graças a Deus estou conseguindo competir, o que é muito importante para qualquer atleta. Apesar da pandemia, tenho feito tudo dentro da segurança, apenas três pessoas participam do treino em São José dos Campos", explica.
Caio Bonfim, 30, atleta de marcha atlética do Distrito Federal, também não acredita que o evento tenha mudanças na data. Ele afirma que, durante alguns meses, teve que adaptar a sua rotina de treinos às regras definidas pelo governo do DF, o que se tornou um desafio.
"Não estava treinando como fazia antes. Com os parques e pistas de corridas fechadas, tive que treinar em casa, numa esteira. Foi um momento bem diferente", explica.
Durante as olímpiadas, o COI estabeleceu que os atletas serão testados a cada 4 dias, mas veículos de imprensa japoneses afirmaram, nesta semana, que a testagem será diária. Nos próximos dias, deve ser lançado um manual com as diretrizes a serem adotadas no evento.
Vacinação
Sem dar mais detalhes, no começo de março, o COI chegou a afirmar que há tratativas com a China para que a imunização de atletas seja realizada. A 90 dias do evento, não há novidades sobre essas negociações.
Neste mês, a imprensa japonesa noticiou que o governo local trabalhava para que atletas olímpicos fossem vacinados, o que causou revolta nas redes sociais do país. Isso porque a campanha de vacinação no Japão caminha a passos lentos. Segundo o site Our World in Data, apenas 1,1% da população japonesa havia tomado ao menos uma dose da vacina contra a covid-19 até a última 4ª feira (21.abr).
Paralimpíadas
Nos Jogos Paralímpicos, que têm a abertura marcada para 24 de agosto, o Brasil tem 116 vagas. Assim como o COB, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) afirma que não trabalha com o adiamento do evento.
Sobre a vacinação desses esportistas, o CPB argumenta que "por ter uma grande parcela de pessoas que integra o grupo de risco, os atletas paralímpicos devem naturalmente fazer parte dos grupos prioritários, conforme estabelece o Plano Nacional de Vacinação".
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