Militares acusados de matar 2 pessoas com mais de 60 tiros são ouvidos
Em depoimento à Justiça do Rio, nesta segunda-feira (16), eles alegam que uma das vítimas disparou primeiro. Um músico e um catador de materiais recicláveis morreram
SBT News
Nesta segunda-feira (16), a Justiça começou a ouvir os 12 militares do Exército acusados de matar o músico Evaldo dos Santos Rosa e o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, durante uma operação em abril de 2019. Serão dois dias de depoimento, com os agentes respondendo pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e por omissão de socorro.
Apesar do caso ter ficado conhecido pelos 80 tiros, os oficiais efetuaram, na verdade, 62 disparos no carro do músico Evaldo. Todos os seis militares ouvidos nesta segunda-feira deram a mesma versão, de que confundiram o carro com o de assaltantes e de que o catador de materiais atirou primeiro contra os agentes.
Evaldo ía para um chá de bebê com a esposa, o filho de sete anos, uma amiga e o sogro, que ficou ferido, quando foi atingido pelos militares. O catador Luciano levou três tiros quando tentava socorrer as vítimas.
No depoimento, os militares levantaram dúvidas sobre a presença da família do músico no carro. Najla Nassif Palma, promotora do Ministério Público Militar, afirma o contrário. "Isso é fato absolutamente provado que o carro era da família, sim, que estava atrás, no banco de trás, uma criança e duas mulheres e que só não foram atingidas porque assim que o carro parou saíram desesperadas correndo pra pedir socorro", diz Najla.