Conheça os dois milagres atribuídos à primeira santa brasileira
Os milagres serão lembrados no próximo domingo, quando Irmã Dulce será canonizada pelo Papa Francisco
SBT News
Irmã Dulce, a primeira santa brasileira, será canonizada no próximo domingo (13) pelo Papa Francisco. A baiana será declarada como "Santa Dulce dos Pobres", por conta de uma vida destinada a cuidar dos menos afortunados. Irmã Dulce, que ficou conhecida como o Anjo Bom da Bahia, pregou muito amor, e a Igreja Católica atribui dois milagres à ela.
Claudia dos Santos foi salva da morte pela fé de Irmã Dulce, em 2001, após o parto do segundo filho, Claudia teve uma hemorragia, e sangrou por 18 horas. Ela entrou em coma, e após três cirurgias, estava em situação de vida ou morte, quando um amigo da família, Padre Almir, decidiu colocar Irmã Dulce na história.
Claudia sobreviveu, e após o milagre ser reconhecido pelo vaticano, Irmã Dulce se tornou beata, em 2011.
O segundo milagre, que a tornaria santa, foi reconhecido neste ano, apos quatro anos de investigação. José Mauricio Moreira, que foi cego por 14 anos por conta de um glaucoma, voltou a enxergar após uma oração com a imagem de Irmã Dulce nos olhos.
José Mauricio fez uma oração à futura santa pedindo que ela o ajudasse a curar uma conjuntivite, e no dia seguinte, sua visão havia voltado:
"Era umas 4 horas da manha e pedi a ela uma noite de sono porque já não dormia a três dias. Pela manhã, minha esposa Marisa me acordou, colocou um pouco de gelo nos meus olhos, que estavam muito inchados, e pediu para que eu continuasse colocando, por causa da conjuntivite, aí do nada, em uma dessas vezes, eu vi a minha mão. Pela primeira vez depois de 14 anos eu vi alguma coisa.
O glaucoma deixou uma nuvem que bloqueia toda a visão, e essa nuvem começou a se dissipar nesse dia, poucas horas depois da oração. Eu jamais imaginaria que ia voltar a enxergar porque já era impossível né, quimicamente. Fiquei desesperado fiquei 'o que aconteceu?', aí liguei para minha esposa: 'Vem pra casa que eu estou vendo algumas coisas', ela ficou sem entender. Quando ela chegou, eu me aproximei dela e vi o rosto dela pela primeira vez".
O oftalmologista Roberto Galvão Filho diz que nunca viu isso acontecer, e que do ponto de vista médico era improvável que houvesse melhora no caso de José.
O Arcebispo Emérito de Salvador, Dom Geraldo Majella, foi quem deu inicio a causa de beatificação de irmã Dulce. O processo de reconhecimento de milagres, entretanto, é longo e rigoroso, a maioria dos casos é reprovada.
Cada caso é analisado primeiro por um médico do país, e depois, em Roma, por mais sete especialistas que não conversam entre si. Se ao menos cinco alegarem que não há comprovação científica, o caso vai para uma comissão de teólogos, que tem como objetivo mostrar que não se trata de um milagre. Se passar da comissão, os cardeais, então, estudam o feito, que segue para o aval do Papa.
Para os católicos, pedaços da roupa e até do corpo de Irmã Dulce são considerados relíquias sagradas.