Champinha, criminoso famoso no país, lidera motim em unidade de saúde
Assassino confesso de Liana Friedenbach e Felipe Caffé, Champinha liderou rebelião em unidade de saúde que está internado desde que foi liberado da Fundação Casa

SBT News
Ao liderar um dos crimes que mais chocou o Brasil, Champinha ficou conhecido ao assassinar um casal de namorados há 16 anos. Nesta quarta-feira, o assassino voltou a ser notícia, ao liderar um motim na unidade de saúde em que está internado desde que foi liberado da Fundação Casa.
Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Silva Caffé, de 19 anos, passavam o fim de semana em um sítio na cidade de Embu-Guaçu, interior de São Paulo, escondidos dos pais, quando cruzaram caminho com Roberto Aparecido Alves Cardoso - o Champinha, e seu amigo, Paulo César, conhecido como Pernambuco.
Alvo fácil, o casal foi abordado pelos dois que ao descobrirem que eles não tinham dinheiro anunciaram um sequestro. O casal foi levado para a casa de um outro comparsa, onde Liana sofreu diversos abusos e Felipe foi assassinado com um tiro na nuca e largado em um matagal próximo.
Liana chegou a ser levada para um outro cativeiro antes de, na madrugada de 5 de novembro de 2003, ser morta esfaqueada no mesmo local em que Felipe foi morto.
Os corpos foram encontrados cinco dias depois depois buscas intensas da polícia e cobertura da mídia. Os criminosos foram presos.
Os participantes do crime foram condenados a anos de prisão. Champinha, porém, era menor de idade na época do crime e foi encaminhado à Fundação Casa, antiga Febem, onde ficou até completar 21 anos - ele chegou a fugir em 2007, mas foi recapturado.
Após cumprir medidas socioeducativas, Champinha foi transferido para uma unidade experimental de saúde sob os cuidados do governo paulista. Por apresentar distúrbios comportamentais desde criança, o assassino-confesso foi diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial.
Internado desde então, Champinha voltou a ser notícia nesta quarta-feira (4), após participar de uma rebelião, na qual um enfermeiro foi rendido. O motim foi contido pelos próprios agentes do local.
Em entrevista exclusiva ao Primeiro Impacto, o pai de Liana, Ari Friedenbach, afirma que a liderança de Champinha no motim vai de encontro com as informações dos laudos médicos de que o assassino apresenta uma personalidade psicopata de alta periculosidade, e coloca em evidência a necessidade de manutenção das unidades experimentais de saúde, que, por ter um custo elevado, segundo Ari, frequentemente são alvos de cortes orçamentários.
Para o pai de Liana, Champinha e outros criminosos com tendências psicopatas são perigosos para o convívio com a sociedade e devem permanecer isolados em unidades de saúde.