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Mensagens vazadas revelam críticas de procuradores a Raquel Dodge

As conversas apontam que a Força-Tarefa da Lava Jato teria planejado vazar informações à imprensa para atacar a procuradora-geral da República

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Mensagens vazadas revelam críticas de procuradores a Raquel Dodge
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Foram divulgadas, nesta sexta-feira (09), novas mensagens atribuídas aos procuradores da Lava Jato, em Curitiba, pelo site do jornal espanhol 'El País', em parceria com o site 'The Intercept Brasil'.

Com base nos diálogos vazados, a reportagem do 'El País' relata que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, seria vista pelos procurados como um obstáculo à Operação Lava Jato, por ser a responsável por liberar verbas e enviar ao Supremo Tribunal Federal acordos de delação premiada de autoridades com for privilegiado. Os procuradores também teriam planejado vazar informações à imprensa para atacar Dodge.

Raquel Dodge comanda o Ministério Público federal e tem, entre os subordinados, os próprios procuradores da Lava Jato, que só podem atuar em processos de primeira instância.

Nas conversas divulgadas, um dos procuradores diz: "Caros, o barraco tem nome e sobrenome: Raquel Dodge". Em outro trecho, Deltan Dallagnol, chefe da Força-Tarefa, afirma que Dodge só não confronta o ministro Gilmar Mendes, do STF, porque sonha com uma cadeira no STF.

Em um seminário em São Paulo, Gilmar Mendes voltou a fazer críticas aos procuradores da Lava Jato. "Esse modelo que se desenhou, essa chamada República de Curitiba, isso não tem abrigo na Constituição. Perseguição, combinação, obter vantagem, oferecer palestras, ganhar dinheiro, monetizar a Lava Jato".

O ministro do Supremo ainda afirmou que o material obtido, de forma ilegal, pode sim ser válido. "Há uma jurisprudência, em alguns casos, em que se diz: a prova mesmo ilícita serve para isentar determinada sanção, ou inocentar alguém, isso terá que ser examinado".

Questionado se o mesmo poderia ser aplicado ao caso do ex-presidente Lula, Mendes respondeu: "Em tese, pode ser".

Uma das pautas do Supremo para os próximos meses irá definir se os diálogos hackeados podem, de fato, ser usados como provas legais. Dependendo da decisão, o conteúdo pode alterar o rumo de processos em andamento e até já concluídos. 

No caso do ex-presidente Lula, a defesa dele já pediu que a Suprema Corte declare o ministro Sérgio Moro suspeito no julgamento petista, por falta de imparcialidade, com base nas mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato.

Mais cedo, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, voltou a defender a operação. "A lava jato mudou a História do país. Nós tínhamos uma tradição de impunidade, da grande corrupção, e a lava jato mudou esse quadro. Isso é reconhecido pela população brasileira".

A procuradora-geral da República e a Força-Tarefa em Curitiba não se manifestaram sobre as mensagens vazadas pelo 'El País'

 

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