Celulares de Bolsonaro e Raquel Dodge também foram alvo de hackers
Um deles ainda confessou à PF que entregou as mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol ao "The Intercept Brasil" de maneira anônima e sem cobrar nada
SBT News
A Polícia Federal e o Ministério da Justiça informaram, nesta quinta-feira (25), ao presidente Jair Bolsonaro que os celulares dele também foram acessados pelos presos da operação "spoofing", da PF.
Bolsonaro não usa telefones oferecidos pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) às autoridades. Segundo ele, "não há nada o que esconder".
O GSI declarou que o "TCS", Terminal de Comunicação Seguro, "é móvel, possui funções de chamada de voz, troca de mensagens e arquivos criptografados com algoritmos de Estado"; e que o aparelho também "não permite a instalação de aplicativos comerciais e pode realizar ligações sem criptografia".
O ministro Sérgio Moro telefonou a alguns alvos dos hackers para informar que eles também tiveram os celulares acessados. Na lista, estão o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, e do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também sofreu tentativas de invasão no telefone pessoal.
Fontes com acesso à investigação também confirmaram que um dos presos, Walter Delgati, conhecido como "vermelho", afirmou, em depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (25), que repassou conversas do ministro Sérgio Moro e de procuradores da Lava Jato ao site 'The Intercept Brasil', de maneira anônima e sem cobrar nada. Walter teria dito que o repasse foi feito por meio de mensagens.
No Twitter, o jornalista Glenn Greenwald, do 'The Intercept Brasil', publicou que "não comenta sobre suas fontes".
Na noite desta quarta-feira (24), ao deixar a Polícia Federal, o advogado do casal, que também foi preso na operação, disse que Gustavo Elias, o DJ, contou em depoimento que a intenção de Walter era repassar as mensagens hackeadas a um partido político.
"A intenção dele era vender essas informações para o PT. Essa informação está nos autos. É oficial", declarou o defensor de Gustavo Elias e Suelen Priscila, Ariovaldo Moreira.
Em nota, o Partido dos Trabalhadores declarou que a investigação "é uma farsa e uma armação contra o partido".
Walter Delgati era filiado ao Partido Democratas. Porém, após a operação, foi expulso da legenda.
Em depoimento à PF, Suelen Priscila, esposa do DJ Gustavo, disse que desconhecia a movimentação de mais de duzentos mil reais na própria conta bancária. Segundo o advogado dela, era Gustavo quem fazia o controle das finanças.
"Ele que movimentava a conta dela, era ele que movimentava. Ela muito pouco sabe, ela não sabe nem detalhes acerca da moeda virtual, como funciona, como opera. Ele operava em nome dela e usava a conta dela", alegou Ariovaldo Moreira.
A Polícia Federal investiga, agora, a origem do dinheiro e se os crimes foram encomendados.