Moro irá depor no Senado no próximo dia 19 sobre conversas vazadas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, irá prestar depoimento ao Senado na próxima quarta-feira (19), para explicar a troca de mensagens atribuída a ele e ao coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, na época em que era juiz dos processos da operação no Paraná. 

Durante uma sessão, nesta terça-feira (11), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, leu um comunicado em que descreve o depoimento de Moro como "uma oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz federal".

Na Câmara, tanto membros da oposição quanto da base aliada do Governo exigem CPIs para que o caso seja esclarecido. 

A oposição quer apurar o teor das conversas e pede o afastamento do ministro do cargo. Já o Governo, pede uma investigação para identificar quem grampeou os celulares. 

As atenções, no entanto, estão voltadas para novos diálogos que devem ser revelados ainda nesta quarta-feira (12). 

Sérgio Moro se encontrou, pela primeira vez após o vazamento das mensagens, com o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (11), no Palácio da Alvorada. 

Durante uma reunião rápida, o ministro da Justiça esclareceu os fatos ao presidente e disse que a Polícia Federal está investigando o caso. Bolsonaro, por sua vez, voltou a assegurar a confiança em Moro. 

Depois do encontro, os dois foram juntos até uma base da marinha, onde foi condecorado com a medalha de mérito naval. No início da tarde, o ministro foi ao Senado, onde almoçou com senadores e se defendeu dos vazamentos. 

Na saída, foi recebido com críticas e vaias. "Juiz corrupto! Qual é o seu partido?", gritavam alguns presentes. 
 

Exclusivo:   Deputado companheiro de Greenwald recebe mensagens de ameaças após vazamento

O SBT Brasil teve acesso, com exclusividade, ao conteúdo de mensagens recebidas pelo deputado David Miranda, do PSOL, que é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site 'The Intercept', que publicou o conteúdo com as conversas entre Moro, Dallagnol e procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato.

O deputado denuncia estar sendo vítima de ofensas e ameaças de morte. 

No e-mail, o autor se refere ao deputado e ao jornalista como "bichas pedófilas desgraçadas" e fala que irá usar um "atirador de elite para explodir a cabeça da mãe" de David Miranda. 

Ele ainda ameaça dar ainda ameaça cometer contra o deputado o mesmo crime sofrido pela vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. "Veja que não deixamos nenhuma evidência forense sobre a galinha preta desossada da Marielle Franco". 

Por fim, o autor pede um depósito de dez mil dólares em bitcoins - moeda digital -, em uma conta indicada até o fim do mês. 

O texto é assassinado por "Unidos do Realengo - Marcello Valle". A polícia federal já foi acionada.