USP afasta professor de direito acusado de assédio sexual
Alysson Mascaro deverá deixar suas atividades na instituição por 60 dias para não atrapalhar as investigações
Camila Stucaluc
A Universidade de São Paulo (USP) afastou por 60 dias o professor de direito Alysson Mascaro, acusado por alunos de assédio sexual. Segundo a universidade, a decisão, que consta em portaria publicada na sexta-feira (13), foi necessária para o bom andamento das investigações, uma vez que o docente tem influência por conta de seu cargo.
Alysson é acusado de cometer abuso e assédio sexual contra alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito da USP. As denúncias foram reveladas em reportagem do Intercept Brasil, no começo de dezembro, englobando desde beijos forçados até estupro. As vítimas, todas homens, afirmaram ter conhecido o docente em um grupo de pesquisas.
Segundo relatado, as vítimas eram abordadas por Alysson com promessas de indicações profissionais. Para isso, ele exibia suas ligações influentes na área jurídica.
Em nota, a defesa do professor negou as acusações, dizendo que as “imputações são fundadas em supostos relatos obtidos por meios manifestamente ilícitos”. Afirmou, ainda, que, desde agosto de 2023, diversos perfis fakes têm sido criados para propagar inverdades e criar intrigas entre o professor e pessoas do ambiente acadêmico.
O caso chamou a atenção da USP, que decidiu abrir uma sindicância interna para apurar as acusações. A universidade afirmou que “há fortes indícios de materialidade dos fatos” e que os mesmos “envolvem possível enquadramento típico de assédio sexual”. Com isso, foi decidido pelo afastamento temporário do docente.
+ Lei Carolina Dieckmann: Câmara aprova medida para evitar fotos sem permissão e assédio
"A medida se mostra necessária, adequada e eficiente para a tutela da moralidade pública e a para o bom andamento das investigações, isso porquanto há elementos de que os atos eram cometidos em virtude da relação de poder, influência e autoridade que o cargo concede(ia) ao investigado, o que culmina em potencial prejuízo na colheita de provas que majoritariamente envolve seus antigos e atuais alunos.", disse a universidade.
