Surpreendido pelo temporal dentro do carro? Saiba o que fazer
Temporal arrasta carros em São Paulo e causa mortes; Defesa Civil orienta motoristas sobre como agir em alagamentos

Flavia Travassos
Durante um forte temporal na zona sul de São Paulo, o filho de Joselito, Érick Santos Silva, estava dentro de um carro que foi arrastado pela correnteza. "Toda a documentação dele estava embaixo do tapete do carro: Renavam, habilitação... Mas o que a gente precisa encontrar mesmo, a gente não está encontrando", desabafa Joselito.
As buscas pelo jovem de 24 anos, que trabalhava como gerente de uma papelaria, estavam noivo e havia acabado de comprar um apartamento, foram suspensas nesta quinta-feira (20) após oito dias. A prima de Érick ressalta a angústia da família: "Encontrando ele vivo ou morto, o que importa é que a gente consiga encontrá-lo. Se ele não estiver mais vivo, que possamos oferecer um enterro digno para ele".
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Nesta semana, novos temporais atingiram São Paulo. Na zona norte da capital, carros voltaram a ser levados pela enxurrada. Entre as vítimas, estava a motorista de aplicativo Janaína de Souza Maia, de 47 anos, que morreu afogada ao ficar presa em seu veículo submerso.
Diante de situações como essas, a Defesa Civil do Estado de São Paulo divulgou orientações para motoristas e passageiros surpreendidos por alagamentos.
O que fazer no carro
"Se as janelas elétricas não funcionarem, puxe o encosto de cabeça e bata nos cantos até o vidro estourar. Outra opção é usar o fecho do cinto de segurança, segurando firme e batendo nos cantos da janela, onde o vidro é mais frágil", explica.
Além disso, a recomendação é que a pessoa suba no teto do carro para facilitar o resgate e evite pular na água. O Corpo de Bombeiros reforça a importância da cautela. "Se você está no limite da situação, ligue para o 193 e aguarde as equipes. Caso seja orientado a sair do veículo e subir no teto, faça isso. Mas evite agir por conta própria", alerta o capitão André Elias.
Muitos motoristas acreditam que, se a água estiver rasa, com menos de 15 centímetros de altura, é seguro atravessar um alagamento. No entanto, o Corpo de Bombeiros alerta para os riscos invisíveis. "A água esconde armadilhas. Pode ter deslocado tampas de bueiro, removido janelas de inspeção ou até aberto crateras no asfalto", explica um bombeiro.
Enquanto a família de Janaína se despediu dela em um enterro nesta quinta-feira (20), Joselito segue esperando por respostas sobre o paradeiro de Érick. "A gente está vivendo só com a dor. Como seguir com essa interrogação?", lamenta o pai.