Secretaria de Saúde do DF pede afastamento de médico de UBS acusado de importunação sexual
O profissional teria chamado de “gostosa” uma paciente de 37 anos e se declarado “ninfomaníaco” durante atendimento na rede pública
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal anunciou, nesta terça-feira (23), ter pedido o afastamento do médico Junior Alves de Oliveira, acusado de importunação sexual. Ele teria chamado de “gostosa” uma paciente de 37 anos e se declarado “ninfomaníaco” durante atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) nº 8, no Vale do Amanhecer, na Região Administrativa de Planaltina, em Brasília (DF).
“A Secretaria de Saúde informa que, ao receber denúncia de importunação sexual contra um médico da área de saúde da família, a instituição tomou medidas imediatas para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes. Oficializou, junto à Referência Técnica do Ministério da Saúde, um pedido para suspensão cautelar do profissional”, afirmou a pasta, em nota. “A secretaria reafirma seu compromisso com a ética, a segurança e o respeito no atendimento à população, e está colaborando plenamente com as autoridades competentes para a devida investigação do caso”, concluiu.
A denúncia
O caso chegou à Polícia Civil do DF por meio de denúncia da paciente supostamente assediada. Ela afirmou ter ido à UBS buscar tratamento para uma crise de fibromialgia. Durante o atendimento, Junior teria falado que ela é “linda” e fazia o “tipo” dele. “Se você e eu não fôssemos casados, eu te chamaria para sair. Seu problema é só a gordura, porque o peso atrapalha muito a gente. Eu fiquei brocha, fiquei desesperado, e aí comecei a me cuidar, você quer ver?”, teria indagado o médico, lembrando uma época em que teria sido obeso.
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“Eu sou ninfomaníaco, você sabe o que é isso? Se você não sabe eu vou te dizer, é uma pessoa viciada em sexo”, teria dito Junior, de acordo com a paciente. “Bastante constrangida, a declarante disse-lhe que não precisava. Ainda assim, o médico se levantou da cadeira, trancou a porta do consultório e, de pé, suspendeu a camisa lhe exibindo o abdômen, retirando o cinto em seguida. Ato contínuo, esticou a calça pelo cós expondo a cueca, dizendo à declarante: ‘olha aqui, olha aqui’ (simultaneamente prosseguia esticando a calça)”, diz o Boletim de Ocorrência (B.O.).
Confusão também do lado de fora
Ainda de acordo com o B.O., o médico teria feito outros elogios constrangedores, até o momento em que uma servidora da UBS entrou na sala, para relatar uma suposta discussão ocorrida do lado de fora com outra paciente. Sobre essa parte, a versão que consta no B.O. é a seguinte:
“Em menos de um minuto, entrou uma servidora da unidade a fim de realizar uma troca de receita para uma outra paciente, a qual teria filmado esta funcionária em função de algum descontentamento no atendimento, fato este que foi relatado ao médico, o que lhe motivou a proferir as seguintes palavras: ‘manda ela enfiar uma [trecho omitido, em respeito ao leitor]’, causando mais um constrangimento à declarante”.