Priscila Fantin revela que ex-marido está distante do filho há 7 anos; saiba o que é abandono parental
Atriz disse que até chegaram a acontecer alguns encontros entre os dois e que hoje ela cria o filho com o atual companheiro, Bruno Lopes

Wagner Lauria Jr.
Emanuelle Menezes
A atriz Priscila Fantin, atualmente no ar na reprise da novela Alma Gêmea da TV Globo, abordou uma situação bastante delicada em participação no podcast "Mil e Uma Tretas": ela disse que seu ex-marido, Renan Abreu, está distante de seu filho Romeo Fantin, desde que os dois se separaram e o menino tinha apenas cinco anos, em 2017.
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"Ele [Romeo] ficava: ‘Vamos ligar para ele, vamos falar com ele’. Eu tentava ligar e ele [Renan] não atendia. Depois de dias, ele falava assim: ‘Já sei, o celular dele deve ter quebrado’. E eu dizia: ‘Deve ter quebrado, deve ter perdido, deve ter mudado de número, algo assim’”, disse a atriz.
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Em certo momento, segundo a atriz, Romeo chegou a acreditar que o pai havia falecido.
“Chegou a um ponto em que ele começou a ficar preocupado, pensando que o pai tinha morrido, porque ele não conseguia entender o desaparecimento”, revelou a atriz.
Com a repercussão do caso, Priscila disse que até chegaram a acontecer alguns encontros entre os dois e que hoje ela cria a criança com atual companheiro, Bruno Lopes, e que o caso está sob segredo de Justiça. O podcast "Mil e uma tretas" também divulgou uma nota oficial nas redes sociais:
"Nós, do @mileumatretas, deixamos claro que em nenhum momento a @priscilafantin acusou o genitor de abandono durante nosso programa. Priscila foi pega de surpresa pelo tema do episódio (falha na comunicação da produtora que a contactou) e tentou dar sua contribuição a fim de ajudar outras mulheres, que é o maior intuito do nosso programa", diz o comunicado.
O que é abandono parental?
Por definição, abandono parental é quando um pai ou uma mãe não cumpre os seus deveres e responsabilidade para com os filhos (as). Mas isso acontece principalmente com a figura paterna. Até 2022, 11 milhões de mulheres criavam sozinhas os filhos no Brasil, segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O abandono paterno, apesar de ser mais intenso quando a figura do pai desaparece fisicamente, vai além da ausência e distância física, segundo Filipe Colombini, psicólogo parental e diretor da Equipe AT (Acompanhamento Terapêutico), o que configura abandono afetivo.
De acordo com o especialista, há casos, por exemplo, em que há uma convivência física, mas não se tem um contato e uma conexão afetiva. Ele complementa que, geralmente, é a mãe que assume esse tipo de tarefa dos cuidados da criança em razão do "machismo inerente da sociedade".
"Esse cuidado tem a ver com proximidade, com rotina, estabelecimento de suporte de valores, conexão emocional, enfim, se responsabilizar pela vida educativa da criança", disse.
Filipe ressalta que só oferecer suporte financeiro para a criança não é suficiente para cumprir os requisitos de suporte emocional e responsabilidade afetiva com o filho. Por isso, continua sendo abandono afetivo.
"Às vezes parece que estamos na década de 1950 e 1960, em que o pai acha que só ajudar financeiramente significa estar presente na vida da criança", disse.
Quais podem ser as consequências de um abandono?
Os efeitos psicológicos do abandono afetam a mãe, uma vez que ela fica sobrecarregada de atividades e responsabilidades, e a criança, que pode desenvolver dificuldades sociais, comportamentos violentos, baixa autoestima, dificuldade de se envolver em relações afetivas e se culpar frequentemente por tudo, segundo o especialista.
No caso de mães-solo, ainda que estejam em outros arranjos familiares que não envolvam o abandono paterno, o psicólogo destaca que sempre é necessário ter uma rede de suporte para que elas não fiquem "abarrotadas de responsabilidade e tenham uma quebra emocional em razão do estresse".
Abandonar é crime?
Tramita no Congresso Nacional, um projeto de lei de autoria da deputada Juliana Cardoso que torna ato ilícito o abandono afetivo de filhos por pai, mãe ou representante legal, desde que efetivamente comprovadas as consequências negativas do abandono.
A proposta recomenda que o conselho tutelar implemente medidas para prevenir o abandono afetivo de crianças e adolescentes por parte de seus pais. Além disso, permite que os conselheiros notifiquem o pai ausente para orientações ou outros encaminhamentos, incluindo a possibilidade de indenização por danos causados pelo abandono afetivo.
O projeto de lei também incentiva o Poder Público a promover campanhas de conscientização e prevenção contra o abandono material e afetivo, destacando a responsabilidade compartilhada e a participação ativa de ambos os pais na criação dos filhos.
Buscas por abandono parental com tendência de alta
O interesse de busca por abandono parental está em uma nova tendência de alta no Google Brasil nesta quarta-feira (21), após atingir um pico no último dia 19 de agosto. Os dados, com base nos últimos 30 dias, são do Google Trends.