Prefeitura de Porto Alegre destrói casas para reconstruir dique que se rompeu
Moradores improvisaram uma balsa para seguir circulando pela comunidade afetada
Gabriela Lerina
A prefeitura de Porto Alegre está demolindo casas para reconstruir o dique Sarandi, que se rompeu. Os moradores improvisarem uma balsa para seguir circulando pela comunidade afetada.
"Já tive um monte de enchentes, mas nada como essa. A água na altura do peito", conta Jorge, morador da Vila Brasília, na zona norte de Porto Alegre, há 50 anos. Ele reconhece os perigos de morar junto ao dique. A estrutura faz parte do sistema que protege a capital gaúcha das enchentes.
Muitas ruas seguem inundadas. Onde já secou, ainda tem muito trabalho pela frente. Os moradores ficaram sem a ligação para poder transitar e receber alimentos. A única forma é usar uma balsa completamente improvisada que funciona na força do braço.
A prefeitura firmou acordo para a retirada de 37 residências. O departamento municipal de habitação ainda não sabe quantas famílias seguirão vivendo em cima da estrutura de contenção de enchentes, considerada de alto risco.
"Serão estabelecidos critérios de prioridade em relação à indicação da demanda ao Governo Federal, que ficou responsável, então, por garantir o direito de moradia e indicar os imóveis onde essas pessoas poderão ser direcionadas", explicou Simone Somensi, Secretária de Habitação e Regularização Fundiária.
As famílias com as casas na parte mais firme do dique se recusam a deixar toda uma vida para trás. Quem já assinou o acordo acompanha desolado o movimento das máquinas.