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Polinização animal já responde por 16% da produção agrícola no Brasil, segundo o IBGE

IBGE estima que a polinização animal teve impacto médio de 16,14% na produção agrícola e extrativista em 2023; dependência aumentou nos últimos anos

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Polinização animal já responde por 16% da produção agrícola no Brasil
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A polinização feita por animais como abelhas, borboletas, morcegos e besouros respondeu, em média, por 16,14% do valor da produção agrícola e extrativista no Brasil em 2023. O estudo inédito, divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa um aumento em relação aos 14,4% registrados em 1996.

O levantamento analisou dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) e da Produção da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS).

O índice varia entre 5% e 25%, a depender das culturas analisadas e do grau de dependência da polinização animal. Produtos permanentes, como frutas e café, têm maior dependência, enquanto cultivos temporários, como a soja, costumam ter dependência classificada como “modesta”, mas ainda significativa em razão da grande área cultivada.

Mais da metade (52,2%) dos 67 produtos investigados na PAM dependia, em algum nível, da polinização animal. Essa dependência é maior entre os cultivos permanentes (71,4%) e menor entre os temporários (31,2%). No extrativismo vegetal, 39,3% dos produtos também se beneficiam do processo.

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Aumento da dependência

O crescimento da agricultura brasileira nas últimas décadas, especialmente com a expansão da soja, impulsionou o aumento da área colhida com produtos que dependem, ainda que em grau modesto, da ação de polinizadores.

Em 2023, 53,5% da área colhida foi ocupada por culturas com dependência classificada como modesta, sendo que em 1975, essa taxa era de 39%.

A polinização influencia consideravelmente o valor da produção agrícola e extrativista do país. O aumento da dependência dos cultivos em relação a esse processo, no entanto, contrasta com a redução das populações de polinizadores”, explica Leonardo Bergamini, analista da Coordenação de Meio Ambiente do IBGE, responsável pelo estudo.

Enquanto isso, produtos agrícolas que dependem da polinização animal representaram 17,6% da quantidade total produzida no país. No caso da produção extrativista, 41,2% da quantidade coletada veio de produtos com dependência alta ou essencial, como o açaí e o babaçu.

O estudo destaca ainda que cerca de 19% dos municípios brasileiros já têm mais de um quarto do seu valor de produção agrícola atrelado à polinização animal. Em 1996, esse percentual era de 15%. Segundo o IBGE, isso demonstra o papel estratégico dos polinizadores para a segurança alimentar, a economia rural e a preservação dos ecossistemas.

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