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Brasil

Motoristas usam bonecos no banco do carona para afastar criminosos nas ruas de São Paulo

Apesar da sensação de segurança, prática pode render multa se não for usada com cuidado

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Assustada após uma tentativa de assalto enquanto dirigia sozinha, a comerciante Cristina Vianna decidiu adotar uma estratégia inusitada para aumentar sua sensação de segurança: comprou um boneco inflável que simula a presença de um passageiro no banco da frente. Desde então, ela e o “Wilson” — nome dado ao companheiro silencioso — não se separam mais nas viagens de carro.

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“Eu ando muito sozinha, inclusive à noite, em trechos sem iluminação. Com o boneco no carro, a gente se sente mais segura. Quem vê de fora pensa que tem alguém comigo”, conta Cristina.

Feito de tecido, com aparência discreta e uma expressão pouco simpática, o boneco infla em menos de 10 segundos e foi criado pelo artista plástico Roberto “Juca” Amaral. Segundo ele, a ideia surgiu para atender principalmente mulheres que dirigem sozinhas à noite. “Muitas são estudantes, comerciantes ou motoristas que precisam viajar para outras cidades. Já vendi para pais preocupados com as filhas e até para porteiros que ficam sozinhos em guaritas”, explica.

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Apesar da aparência inofensiva, o “passageiro reborn” exige atenção. De acordo com o advogado especializado em trânsito, Rosan Coimbra, se o boneco estiver sem cinto de segurança e não for identificado como tal durante uma fiscalização, o motorista pode ser autuado com uma multa grave, além de receber cinco pontos na carteira.

Atenção redobrada também para quem tenta burlar a lei: o uso do boneco não autoriza o trânsito em faixas exclusivas de ônibus, como no caso de táxis e veículos por aplicativo. “Se um agente constatar que o ‘passageiro’ é falso, o motorista pode ser multado por uso indevido da faixa”, completa Coimbra.

Embora não existam dados que comprovem a eficácia do método para evitar crimes, relatos de usuárias apontam uma redução nas abordagens indesejadas, principalmente em carros com película escura. Para Cristina, a presença de Wilson é mais do que simbólica: “Ele é um carona legal. Às vezes, até converso com ele”, brinca.

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