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Morre Sebastião Salgado, o maior fotógrafo brasileiro, aos 81 anos

Informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado por ele e a esposa Lélia Wanick Salgado

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O fotógrafo Sebastião Salgado morreu, nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. O artista, considerado um dos maiores fotojornalistas do mundo, vivia em Paris. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado por ele e a esposa Lélia Wanick Salgado, nas redes sociais.

"Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora", diz o instituto em nota.

De acordo com a Folha de S. Paulo, Sebastião Salgado enfrentava problemas decorrentes de uma malária que adquiriu nos anos 1990. O Instituto Terra, entretanto, não divulgou a causa da morte do artista.

Confira o post no Instagram: https://www.instagram.com/p/DKAClGKxkZq/

A Academia de Belas Artes da França, da qual ele era integrante desde 2016, também comunicou o falecimento pelas redes sociais. "Laurent Petitgirard, Secretário Permanente, os membros e correspondentes da Academia de Belas Artes, comunicam com profundo pesar o falecimento, nesta sexta-feira, 23 de maio, aos 81 anos, do seu colega Sebastião Salgado", diz a publicação no X.

Nascido em Aimorés, no interior de Minas Gerais, Sebastião Salgado se formou em economia antes de se tornar fotógrafo, no início da década de 1970. Passou a ser fotojornalista independente em 1973, passando por agências como Sygma, Gamma, e Magnum. Anos depois, junto da esposa Lélia Wanick Salgado, abriu sua própria agência – a Amazonas Images.

Em 1998, ele e a esposa decidiram restaurar uma floresta na antiga fazenda da família, na Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais. Primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em recuperação no Brasil, o local – que antes era pasto – virou uma floresta com mais de 600 hectares de biodiversidade da Mata Atlântica recuperada.

Floresta recuperada por instituto criado por Sebastião Salgado e esposa | Divulgação/Instituto Terra
Floresta recuperada por instituto criado por Sebastião Salgado e esposa | Divulgação/Instituto Terra

O fotógrafo inovou ao retratar, quase sempre em preto e branco, a miséria, a pobreza e situações de guerra. Salgado viajou mais de 100 países para projetos fotográficos, e tem sua obra registrada em inúmeras publicações, como "Outras Américas" (1986), "Serra Pelada" (1999), "O Berço da Desigualdade" (2005) e "Kuwait, um deserto em chamas" (2016).

Foto de Sebastião Salgado em Serra Pelada, no Pará (1986) | Reprodução/Sebastião Salgado
Foto de Sebastião Salgado em Serra Pelada, no Pará (1986) | Reprodução/Sebastião Salgado

Em 2014, o documentário O Sal da Terra – que acompanha o fotógrafo em algumas de suas viagens – foi premiado em Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário. O filme foi codirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders e por Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebastião.

Juliano falou brevemente ao SBT em fevereiro de 2015 sobre a indicação. Veja aqui.

Salgado também recebeu diversas homenagens por seu trabalho. Entre elas estão o Prêmio Eugene Smith de Fotografia Humanitária, dois Prêmios ICP Infinity de Jornalismo, o Prêmio Erna e Victor Hasselblad e o prêmio de melhor livro de fotografia do ano do Festival Internacional de Arles.

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