Mais de 800 mil crianças foram registradas sem nome do pai na certidão desde 2020
Casos o genitor se recuse a reconhecer o filho, mãe pode indicar o nome do suposto pai ao cartório; a partir daí, os órgãos competentes investigam a paternidade
Bruna Carvalho
O número de crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento ainda é alto no Brasil. Desde 2020, mais de 860 mil crianças foram registradas só com o nome da mãe no país.
Só no estado de São Paulo, são 147.396 casos de ausência paterna nos últimos cinco anos. No Rio de Janeiro, foram 66.916 no mesmo período. Uma realidade que impacta as famílias e traz consequências emocionais e sociais.
"Quando a figura paterna está ausente, seja afetiva ou fisicamente, pode afetar na construção de identidade, na autoestima. Essa ausência pode gerar sentimentos de rejeição, de abandono e até impactar nas relações futuras", afirma a psicóloga Caroline Lima.
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Em casos em que o genitor se recusa a reconhecer o filho, a mãe pode indicar o nome do suposto pai diretamente no cartório. A partir dessa informação, os órgãos competentes dão início ao processo de investigação de paternidade.
Todo o procedimento pode levar de seis meses a um ano para ser concluído. Dados de testemunhas, fotos e conversas podem ser usados no processo.
"Caso esse pai se recuse, tenha alguma dúvida na paternidade, pode ser feito um DNA no decorrer desse processo, que vai confirmar se esse filho realmente é dele", explica a registradora civil Priscilla Milhomem.