Mãe denuncia creche por supostos maus-tratos ao filho de 1 ano no Entorno do DF
Ela relata que primeiras mordidas foram comunicadas pela própria instituição; em outras situações, só notou ferimentos durante banho no filho

Pedro Canguçu
Uma mãe denunciou uma creche particular na Cidade Ocidental (GO), no Entorno do Distrito Federal, por supostos maus-tratos ao filho de 1 ano e meio. Amanda Nayara afirma que o menino passou a chegar em casa com marcas de mordidas após a mudança de prédio da instituição. O caso foi registrado na delegacia e também foi levado ao Conselho Municipal de Educação, Ministério Público e Conselho Tutelar.
Segundo Amanda, a creche começou a funcionar em abril deste ano, após o fechamento de uma instituição anterior. Embora os funcionários tenham permanecido os mesmos, os problemas surgiram depois da mudança de prédio.
+ Professora é presa por deixar menino com autismo amarrado em banheiro de escola
"As crianças grandes passaram a ficar junto com as pequenas. Eles não têm, até hoje, um espaço adequado para creche", afirma. A mãe relata que as primeiras mordidas foram comunicadas pela própria instituição, mas em outras situações ela só percebeu os ferimentos durante o banho no filho. Ao questionar a equipe da creche, Amanda recebeu a justificativa de que isso era "normal", uma "coisa de criança."
Ainda de acordo com Amanda, em um dos casos mais graves, o menino foi mordido nas costas por uma criança mais velha. Ela então avisou à instituição que tomaria providências legais se a situação persistisse. Na semana seguinte, porém, o filho voltou para casa com uma nova mordida, dessa vez na coxa. Na sexta-feira (18), ao buscá-lo, a diretora pediu desculpas e informou que uma criança havia mordido o rosto do menino.
+ Influenciadora digital é presa suspeita de maus-tratos contra o filho no ES
Após o registro da denúncia, Amanda afirma que foi removida do grupo de WhatsApp da escola. "Enviei uma mensagem ao número institucional informando que meu filho não voltaria mais. A mensagem só foi visualizada no sábado à noite e, poucos minutos depois, me removeram do grupo, sem qualquer tipo de diálogo."
No domingo (19), a escola teria enviado uma nova mensagem pedindo desculpas e afirmando que preferia um "método do diálogo ao invés de um método punitivo". Amanda considerou a postura um "absurdo". Durante a denúncia formal ao Conselho Municipal de Educação, ela foi informada de que a unidade ainda não possui regulamentação para funcionamento.
+ Polícia Civil do DF resgata idosa e filha de situação de maus-tratos
O que diz a creche
Em nota, a instituição Yep Educação informou que está acompanhando de forma atenta e responsável o episódio. A creche lamentou o ocorrido e afirmou que todas as medidas cabíveis foram tomadas internamente.
"Trata-se de uma situação atípica, que foi prontamente conduzida por nossa equipe com o cuidado, a técnica e a sensibilidade que norteiam nosso trabalho diário."
+ Responsável por asilo que mantinha idosos amarrados a camas é presa no RS
A nota destaca ainda que a equipe da creche é composta por profissionais qualificados, como psicóloga, nutricionista, apoio pedagógico e educadores conforme as exigências legais. "Acreditamos que educação se faz com diálogo, transparência e respeito. A instituição permanece à disposição dos órgãos competentes e das famílias."