Lula sobrevoa RS e diz que governo fará "tudo o que estiver ao alcance" para ajudar
Presidente da República aterrissou em Santa Maria e se reuniu com o governador gaúcho, Eduardo Leite
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que “não faltará esforço” do governo federal para salvar vidas e, posteriormente, reparar os estragos causados pelas chuvas intensas no Rio Grande do Sul.
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O chefe do Palácio do Planalto desembarcou em Santa Maria (RS) nesta quinta-feira (2) e participou de uma reunião com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Ele também sobrevoou municípios impactados por alagamentos, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade.
"O governo federal estará 100% à disposição do Estado do Rio Grande do Sul, do povo do Rio Grande do Sul, para a gente atender, sabe, com material humano, com trabalho, com eficiência e com recursos necessários para que a gente possa reparar os prejuízos. No primeiro momento a gente só tem que salvar vidas, a gente só tem que cuidar das pessoas. No segundo momento, a gente vai ter que cuidar de fazer uma avaliação dos danos e a partir daí começar a pensar como encontrar o dinheiro para que a gente possa reparar esses danos", disse
"Tudo o que estiver no alcance do governo federal [...] a gente vai dedicar 24 horas de esforço para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado por conta da chuva", acrescentou.
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Além da presença de ministros de estado e o repasse de recursos, Lula também colocou as Forças Armadas à disposição dos gaúchos para auxiliar nas buscas e resgates. Segundo um balanço realizado pelo Comando Militar de Santa Maria em conjunto com os governos federal e estadual, até o momento foram registrados:
- 132 municípios afetados
- 13 mortes
- 21 desaparecidos
- 5.321 desalojados
- 3.088 pessoas em abrigos
- 44.640 afetados
- 141 trechos interditados de rodovias estaduais e federais
O governador, Eduardo Leite, agradeceu ao governo federal pelo apoio e afirmou que o estado vive uma “situação de guerra”.
Leite lamentou as mortes registradas e também mencionou que muitas outras mortes não foram registradas, pois há pessoas soterradas em áreas ainda inacessíveis por mais de 48 horas. O governador também citou a possibilidade de novos deslizamentos na serra gaúcha e anunciou que o governo estadual vai atualizar os boletins hidrológicos sobre a subida do nível dos rios.
“São 204 municípios que estão com maior risco hidrológico, ou seja, rios diversos, das bacias hidrográficas naturalmente, falando aqui especialmente Jacuí, Taquari, Caí, mas vários outros rios, como o Arroios. Tudo que está dentro do sistema hidrográfico está sendo afetado pelo volume de chuvas. Então, mais uma vez, pedir à população que vá para locais de segurança, nós fazemos grande esforço de resgate, mas é impossível chegar a todos os lugares, ainda mais com o evento climático acontecendo”, disse o governador.
Auxílio
Desde o início da crise, o Governo Federal já se mobilizou, via Defesa Civil Nacional e Ministério da Defesa, no socorro emergencial. O apoio operacional das Forças Armadas tem auxiliado as ações de busca e resgate de vítimas e a desobstrução de estradas, além de distribuição de alimentos, colchões, água e a montagem de postos de triagem e abrigos.
Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira já operam na região e outras duas do Exército se deslocaram. O Ministério da Defesa solicitou outras oito. Segundo números atualizados nesta quinta, o efetivo das Forças Armadas foi ampliado de 335 para 626 militares. A pasta já forneceu 45 viaturas e 12 embarcações.
“Falei com os ministérios da Integração, da Defesa e com o ministro Paulo Pimenta e, no que for necessário, o Governo Federal irá se somar aos esforços estaduais e das prefeituras para atravessarmos e superarmos mais esse momento difícil”, escreveu o presidente Lula em seu perfil no X (antigo Twitter).
Também integram a comitiva federal no Rio Grande do Sul nesta quinta o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros; o diretor-executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Carlos Antônio Rocha de Barros; e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.
Defesa Civil
Nesta quarta, uma reunião do Sistema Federal de Proteção e Defesa Civil foi realizada com agências federais para discutir as novas condições meteorológicas, o trabalho das equipes em campo e outras ações de resposta ao desastre.
Participaram da reunião representantes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana), Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento Social, defesas civis municipais, entre outras agências.
Técnicos do Grupo de Apoio a Desastres (Gade), da Defesa Civil Nacional, também foram enviados para atuar nos locais mais atingidos pela chuva.
“A equipe do Grupo de Apoio a Desastres trabalha em conjunto com as defesas civis municipais e estadual para acelerar os processos de solicitação e liberação de recursos federais para ações de socorro e assistência humanitária. Neste primeiro momento, o foco é agilizar o reconhecimento federal de situação de emergência ou estado de calamidade pública dos municípios”, explica o coordenador-geral de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil Nacional, Tiago Molina Schnorr.
Acompanharam Lula na agenda:
1. Rui Costa, Ministro-Chefe da Casa Civil
2. Renan Filho, Ministro dos Transportes
3. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (a confirmar)
4. Waldez Góes, Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional
5. Jader Filho, Ministro das Cidades
6. Paulo Pimenta, Ministro-Chefe da Secom
7. Gen Ex Tomás, Comandante do Exército
8. Maj Brig do Ar Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues, chefe do Gabaer
9. Wolnei Wolff Barreiros, Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil
10. Carlos Antônio Rocha de Barros, Diretor Executivo do DNIT
11. Edegar Pretto, Presidente da CONAB