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Brasil

Justiça condena caminhoneiro por acidente que matou 12 universitários no interior de SP

Evandro Rogério Leite, de 51 anos, também teve a habilitação suspensa por sete meses; defesa ainda pode recorrer da decisão

Imagem da noticia Justiça condena caminhoneiro por acidente que matou 12 universitários no interior de SP
Ônibus ficou com lateral destruída após colisão | Reprodução
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A Justiça de São Paulo condenou Evandro Rogério Leite, de 51 anos, pelo crime de homicídio culposo — quando não há intenção de matar — de 12 estudantes universitários e lesão corporal de outros três. A pena foi fixada em cinco anos e nove meses de prisão, em regime semiaberto, e suspensão da habilitação por sete meses.

O acidente aconteceu em fevereiro, entre os municípios de Nuporanga e São José da Bela Vista, em um trecho de pista simples. Evandro, que dirigia um caminhão, perdeu o controle da direção e invadiu a pista contrária, colidindo com um ônibus que levava 29 estudantes universitários. Após o acidente, ele fugiu sem prestar socorro.

Ao analisar o caso, o juiz Iuri Sverzut Bellesini acolheu integralmente a acusação do Ministério Público de São Paulo. Ele ainda analisou a existência de elementos contributivos para a ocorrência do acidente.

Bellesini destacou que houve conduta negligente e imprudente do réu, já que ele dirigia sem cautela e numa via que não deveria ser acessada por veículos de porte de caminhão. “Ele, optando por seguir em leito carroçável ‘curto’ e ‘perigoso’, deveria dirigir em velocidade bastante reduzida e manter o veículo mais estabilizado na pista.”

O magistrado também apontou para a omissão de socorro. Segundo ele, o fato de o réu não ter voltado ao local do acidente por medo de linchamento não se sustenta, conforme relato de policiais que atenderam a ocorrência. Destacou, ainda, que Evandro só se entregou após conversar com seu advogado.

“O acusado se afastou do local e apenas se entregou em momento posterior, tendo sido essa intermediada, pelo advogado. Alega, em seu favor, que sofria ameaças de linchamento. Contudo, policiais militares, em seus depoimentos, rechaçam peremptoriamente essa tese. Realmente não se apresenta lógico que, em um cenário de completa destruição, com diversos mortos, feridos, detritos no asfalto, em local escuro e ermo, os presentes no local fossem agredir o autor”, escreveu o juiz.

+ Estudantes mortos em acidente com ônibus no interior de SP são velados

A defesa de Evandro ainda pode recorrer da decisão. À polícia, quando foi detido em flagrante, o caminhoneiro disse que perdeu o controle da direção quando passou por um buraco, e que dirigia entre 40 a 60 km/h. Ele também negou ter cochilado no volante e reforçou que passou no teste do bafômetro.

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