Governo do ES conclui que surto em Hospital Santa Rita foi causado por fungo
Investigação detectou transmissão de Histoplasma capsulatum e presença da bactéria Burkholderia cepacia em amostras; 90 pessoas foram infectadas

Antonio Souza
A Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa) confirmou, nesta segunda-feira (11), os resultados da investigação sobre o surto de síndrome respiratória registrado no Hospital Santa Rita, em Vitória. Ao todo, 90 pessoas foram infectadas, entre pacientes e funcionário do hospital.
Os estudos apontaram transmissão ativa do fungo Histoplasma capsulatum, que causa a doença histoplasmose, e presença da bactéria Burkholderia cepacia em amostras coletadas na unidade hospitalar.
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De acordo com a Sesa, os exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/ES), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras instituições, confirmaram 32 casos positivos de histoplasmose e quatro casos de soroconversão.
A bactéria Burkholderia cepacia foi encontrada em uma amostra de água de bebedouro e também em amostras respiratórias de profissionais da saúde.
O micro-organismo é considerado um patógeno oportunista, capaz de causar infecções hospitalares em pessoas com baixa imunidade.
“Concluímos, com rigor técnico e transparência, a etapa laboratorial e epidemiológica da investigação, confirmando a atuação de dois agentes distintos”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann.
Monitoramento e medidas preventivas
Segundo o subsecretário Orlei Cardoso, a detecção precoce e o acompanhamento dos casos foram essenciais para controlar o surto.
Mesmo com o fim da etapa laboratorial, a Sesa manterá a vigilância ativa pelos próximos 60 dias, com novas coletas de amostras de água e análises complementares de soro de casos suspeitos.
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“A transparência continuará sendo nosso compromisso. As medidas necessárias serão adotadas para garantir segurança assistencial e prevenir novos eventos”, concluiu Hoffmann.
O que é Histoplasmose
Segundo o Ministério da Saúde, a histoplasmose é uma infecção fúngica sistêmica que pode se manifestar de forma leve e assintomática ou evoluir para quadros graves e disseminados, que podem levar à morte.
A doença causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, pode ser encontrado em diversas regiões do meio ambiente.
Os indivíduos geralmente adquirem a doença pela inalação de partículas infectantes do fungo, que estão presentes no solo, frutas secas, cereais ou em árvores.
O fungo também pode ser encontrado nos excrementos de aves e morcegos, especialmente galinhas e pombos.
Outros animais, como cães, gatos, cavalos, bovinos e roedores — também podem se infectar, mas não há transmissão direta entre pessoas nem de animais para humanos.
Não há transmissão de pessoa para pessoa nem de animal para pessoa.
Como o fungo está amplamente disperso na natureza, trabalhadores rurais e pessoas que lidam com terra, madeira ou ambientes com fezes de aves e morcegos são os principais grupos de risco.
Ambientes úmidos, cavernas e construções antigas também podem favorecer a disseminação do fungo.









