Conheça os esforços para garantir água potável às vítimas do Rio Grande do Sul
Marinha deslocou navio com estações de tratamento e influenciador Felipe Neto enviou purificadores para a FAB; entenda
Wagner Lauria Jr.
A Marinha envia nesta quarta-feira (8) o maior navio da Força Naval brasileira para ajudar as populações atingidas pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul. O Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, além de transportar doações e suprimentos, também carregará embarcações de médio e pequeno porte para ajudar nos resgates. O Atlântico vai levar ainda duas estações móveis de tratamento de água capazes de produzir um total de 20 mil litros de água potável por hora. O navio deve chegar ao estado no sábado (11).
A falta de água própria para consumo é um dos principais desafios para a população local. O influenciador Felipe Neto, divulgou, nesta quarta-feira (8), a chegada de purificadores de água capazes de transformar água imprópria em potável. Segundo ele, havia apenas pouco mais de 200 equipamentos disponíveis no Brasil e todos foram adquiridos a partir de doações recebidas via PIX. Também foram enviados kits de manutenção e filtros, para garantir a durabilidade dos aparelhos.
Os 220 purificadores entregues no estado gaúcho têm capacidade de fornecer até 2 milhões de litros de água filtrada por dia, o suficiente para atender 1 milhão de pessoas, considerando o consumo diário de 2 litros por pessoa em situação de emergência, explica a empresa PWTech, fabricante dos filtros.
Além de enviar 100% do estoque, a empresa também havia doado outros 16 aparelhos para o estado.
Como funciona o equipamento?
O equipamento, criado em 2019 pela empresa PwTech e produzido em São Carlos, no interior de São Paulo, já foi enviado para ações humanitárias em áreas de conflito, como Haiti, Ucrânia e Faixa de Gaza. No Brasil, a Ilha do Boreré e as comunidades indígenas Yoanomami já receberam o aparelho.
Batizada de PW5660, a versão plus, que foi adquirida para as vítimas das chuvas no estado, é capaz de filtrar 10 mil litros de água por dia e é comercializada a R$ 18 mil. O propósito da empresa é levar água potável a lugares de difícil acesso, com baixo custo e facilidade de instalação e manutenção.
Segundo a Força Aérea Brasileira, após 150 mil litros de água filtrados, é necessário realizar a manutenção do equipamento. Segundo a empresa, o purificador produz água limpa ao custo de médio de R$ 7 por metro cúbico, abaixo do valor da água da torneira ou de água de caminhão-pipa.
Ele funciona da seguinte maneira: a água imprópria para consumo é coletada e passa primeiro por um clorador (onde ela entra em contato com as pastilhas de cloro); na sequência vai para quatro filtros de remoção de partículas e, ao final, para membranas de ultrafiltração (que deixam a água, dentre outras coisas, isenta de vírus e bactérias, por exemplo).
De acordo com Felipe Neto, o objetivo do equipamento, enviado pela Força Aérea Brasileira (FAB), é chegar às pessoas que estão em áreas remotas, de "dificílimo acesso". Como o equipamento é portátil, ele pode ser transportado para essas regiões. O funcionamento é elétrico, com energia que pode ser gerada por placa fotovoltaica ou por gerador automotivo.