CNBB lamenta morte e destaca legado de simplicidade e fé do Papa Francisco
Religiosos exaltam proximidade do pontífice com os pobres e lembram sua primeira visita internacional ao Brasil, em 2013

Rafael Porfírio
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressou comoção ao se pronunciar oficialmente sobre a morte do Papa Francisco na tarde desta segunda-feira (21).
Em coletiva de imprensa, o secretário-geral da entidade, Dom Ricardo Hoepers, falou, emocionado, sobre o legado deixado pelo pontífice argentino, o primeiro latino-americano a ocupar a posição.
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O bispo disse que Francisco "foi um construtor de pontes entre o Evangelho e as dores do mundo" e destacou os gestos simbólicos de Francisco, como lavar os pés de presos e acolher migrantes.
“O Papa Francisco nos deixou, mas reconhecemos que ele foi uma bênção para nosso tempo", , destacou Hoepers "Ele reavivou o frescura do Concílio Vaticano II, colocando a Igreja em estado permanente de missão e conversão no seu gestos, lavando os pés de presos, acolhendo migrantes abraçando doentes".
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O secretário-geral da CNBB disse que Francisco será lembrado como um líder espiritual que preferiu caminhar junto ao povo.
“Seu primeiro gesto foi pedir a oração do povo antes de abençoá-lo. Caminhava com o povo, ouvia antes de falar. A centralidade da Igreja está nos pobres e nas vítimas da história", disse o secretário-geral. "Uniu palavras e gestos, oração e ação, tradição e profecia. Estilo de ser pastor próximo, simples, atento às periferias, guiado pelo Evangelho da misericórdia."
Durante a mesma coletiva, Dom Giambattista Diquattro, núncio apostólico (representante diplomático do Vaticano no Brasil), lembrou que a primeira viagem internacional de Francisco foi justamente ao Brasil, ainda em 2013.
"Ensinou-nos a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Até o fim deu testemunho de sua paixão pelo Senhor e pela sua Igreja", declarou Diquattro.
Sobre essa visita, o secretário-geral da entidade, Dom Ricardo Hoepers, disse que o papa uniu palavras e ações concretas.
“Na Igreja, permanece viva sua presença na Jornada Mundial da Juventude de 2013, quando pediu que a Igreja fosse uma Igreja corajosa e missionária. Seu amor pelo povo brasileiro foi sempre manifestado com afeto e atenção”, finalizou Ricardo Hoepers.
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Uma missa solene pela alma do Papa Francisco será celebrada nesta quarta-feira (23), na Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Brasília. A Arquidiocese irá convidar representantes dos Três Poderes para a cerimônia.