Brasileiro relata momentos de tensão ao ficar preso na neve da Patagônia
Programador viajava pelo sul da Argentina quando ficou sem sinal e teve que abandonar o carro para seguir a pé
Melissa Munhoz
O cenário da Patagônia é inóspito, ainda que de paisagens deslumbrantes, mas não é para iniciantes — e um brasileiro e programador de TI que se aventurava por lá aprendeu isso da maneira mais difícil. O que seria um simples atalho acabou virando um grande imprevisto no extremo sul da Argentina.
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O curitibano Thiago Crevelloni passou por um verdadeiro sufoco: ele foi surpreendido por uma intensa nevasca, bateu o carro em uma duna de neve e ficou preso no local.
Com o veículo preso e sem sinal de celular, ele teve que abandonar o veículo e seguir a pé até conseguir ajuda.
Uma câmera acoplada no veículo registrou o momento. O veículo seguia pelo cenário gelado e branco, até que uma “rajada” de neve invade o para-brisa do carro, impedindo qualquer tipo de visão.
Desespero e 5h30 de caminhada na neve
Segundo o programador, o GPS o encaminhou para uma rota secundária, entrando no desvio. Na região, foi surpreendido pela nevasca. “Eu não consegui distinguir que tinha um banco de neve ali no meio da estrada, formado pelo vento. Aí bati nesse banco de neve e foi quando começou o meu desespero”, afirmou.
Sem conseguir movimentar o carro, Thiago pensou em sair para procurar ajuda, já que a neve poderia cobrir o carro totalmente, ficando soterrado.
“Teve um momento, depois de algumas horas de caminhada, que eu caí em um buraco e fiquei um pouco no chão, eu estava muito cansado e fiquei deitado um pouco”, relata. “Mas fiquei pensando: se eu dormir aqui, vou morrer congelado”.
O programador caminhou por cinco horas e meia, exausto, até que viu uma viatura policial. Por sorte, a polícia foi acionada pela dona do imóvel onde Thiago estava hospedado, desconfiando de que algo de errado ocorreu.
Thiago está há três meses viajando pela América do Sul e ainda pretende continuar a aventura por mais dois meses. Apesar do susto, ele compartilhou o aprendizado com a experiência e deixou algumas dicas para que outras pessoas não passem pelo mesmo sufoco.