Brasil pode ser líder mundial em energia limpa, afirma Cappelli
O desafio, segundo o presidente da ABDI, é fazer com que essas empresas se instalem no país
O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, disse em entrevista ao Programa Perspectivas, do SBT News, que o Brasil tem condições para ser líder na atração de investimentos para a produção de energias renováveis.
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"A gente está vendo o que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul. Eventos climáticos extremos passaram a ser uma realidade e não só do Brasil, mas do mundo. Então, a descarbonização, limpar a matriz energética, é uma imposição da realidade. Cerca de 90% [da energia brasileira] vem de energias renováveis limpas. A média da dos países da OCDE é 55%. O Brasil tem os melhores ventos do mundo, a melhor incidência de raios solares do mundo para gerar energia solar."
Segundo Cappelli o grande desafio do país é não virar, mais uma vez, apenas um exportador de commodity, ou seja, produto com baixo grau de industrialização
"O nosso desafio é que com essa matriz energética privilegiada, limpa que o Brasil tem, a gente use a produção de energia aqui para atrair as empresas. O ideal não é exportar a energia para a empresa continuar lá. É usar a energia que é produzida aqui, limpa, e falar para as empresas venham para cá porque aqui tem energia limpa, atraindo as plantas das empresas para cá”, explicou.
E continuou: “Esse jogo global internacional que o Brasil tem que saber jogar. Não basta só produzir hidrogênio verde, tem que usar esse ativo para atrair empresas, para gerar emprego no Brasil".
Hidrogênio verde
Nesta semana, o Senado aprovou o PL 2.308/2023 que estabelece o marco regulatório para a produção do hidrogênio de baixa emissão de carbono, também conhecido como hidrogênio verde, e determina incentivos fiscais para o setor.
O combustível é uma fonte de energia limpa, emitindo somente vapor de água e energia, ao contrário dos combustíveis fósseis, que emitem gases do efeito estufa, e poderia ser usado inicialmente para mover veículos pesados, como aviões e trens. O objetivo do projeto é contribuir para descarbonizar a matriz energética brasileira.
A votação do projeto ainda não foi concluída, ficaram pendentes as análises de emendas de senadores que serão apreciadas em sessão ainda a ser marcada.