Ataques a jornalistas caem 40% em 2023, aponta Abraji
Levantamento mostra que mudança do cenário político foi o principal fator na redução da violência contra os profissionais de imprensa
![Ataques a jornalistas caem 40% em 2023, aponta Abraji](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FLevantamento_da_Abraji_mostra_que_agressoes_contra_profissionais_de_imprensa_caiu_40_em_relacao_a_2022_Agencia_Brasil_63f5b44099.jpg&w=1920&q=90)
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou um levantamento que mostra uma redução dos ataques aos jornalistas em 2023.
+ Leia as últimas notícias de Brasil
O levantamento, que traz dados e análises sobre a liberdade de imprensa no Brasil, mostrou que no país 330 jornalistas foram vítimas de ataques, número 40,7% menor do que o ano anterior, quando em 2022 foram registrados 557 casos.
Os principais ataques de 2023 estão relacionados aos atos de 8 de janeiro, quando jornalistas sofreram agressões físicas, sofreram intimidações, foram perseguidos, ameaçados de morte e tiveram equipamentos danificados.
Além disso, narrativas de políticos, independente de posicionamento ideológico, também alimentam percepções de uma mídia hostil que desfavorece grupos políticos aos quais pertencem, gerando situações paradoxais e estigmatizando a imprensa como 'defensora de lados'.
Violência física e psicológica
O mapeamento da Abraji também apontou diversos casos de violência física e psicológica contra os profissionais de imprensa em 2023.
- 38,2% dos casos registrados foram consdierados episódios de violência grave;
- 47,2% dos profissionais relatam ofensas verbais e casos de campanhas de descredibilização de jornalistas, meios de comunicação e da empresa com questões sociais e questões mais amplas;
- 55,7% dos casos registrados apontam como agressores agentes do Estado, como funcionários públicos ou agentes políticos em mandato;
- 52,1% dos ataques tiveram origem ou repercussão na internet;
Um dos principais fatores que levaram a queda das agressões contra os profissionais de imprensa está a mudança do cenário político, com o fim do mandato do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
![Ataques aos jornalistas estava crescendo, quando após a mudança do cenário político provocou a queda deste tipo de violência | Abraji](https://sbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/Ataques_aos_jornalistas_estava_crescendo_quando_apos_a_mudanca_do_cenario_politico_provocou_a_queda_deste_tipo_de_violencia_Abraji_ed9b8695b3.jpg)
Alvos dos ataques
![Os atos do 8 de janeiro de 2023 alimentaram o ódio aos profissionais de imprensa e a descredibilização do jornalismo | Agência Brasil](https://sbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/Os_atos_do_8_de_janeiro_de_2023_alimentaram_o_odio_aos_profissionais_de_imprensa_e_a_descredibilizacao_do_jornalismo_Agencia_Brasil_fa9947ac54.jpg)
Além disso, os profissionais de imprensa têm sofrido constantes ataques, sendo que os principais alvos de ataques são repórteres, analistas de comunicação (48,5%); meios de comunicação e imprensa em geral (36,6%); fotógrafos e cinegrafistas (8,8%); editores, diretores e executivos de meios de comunicação (4,5%); repórteres independentes (4,5%); produtores de conteúdo jornalístico (2,1%) e trabalhadores de meios de comunicação (0,9%).
- Os principais agressores identificados são integrantes do Estado, não estatal, paraestatal, grupos às margens da lei e os não identificados.
- Os ataques estão concentrados nas regiões Centro-Oeste (43,9%), Sudeste (27,6%), Nordeste (13,9%), Sul (8,2%) e Norte (5,1%).
- Distrito Federal foi o estado que mais registrou ataque aos profissionais do jornalismo.
+ Acesse a íntegra da pesquisa da Abraji (pdf)
Criação de mecanismos de defesa aos jornalistas
A Abraji recomenda que os poderes públicos reforcem políticas de proteção a jornalistas e comunicadores vítimas de ataques que estão no exercídio da atividade.
Além disso, a organização defendeu que as plataformas de redes sociais adotem mecanismos de defesa para o enfrentametno da violência online que atinge os jornalistas.
A associação também pediu às empresas jornalísticas a adoção de medidas de formação, prevenção e formação profissional e que os jornalistas sempre denunciem as agressõees sofridas no exercício da profissão.