Maceió decreta situação de emergência por risco de colapso em mina da Braskem
Desde 2018, problemas causados pelas minas da petroquímica já deslocaram mais de 60 mil moradores de mais de cinco bairros da capital alagoana
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SBT News
A prefeitura de Maceió decretou, nesta 5ª feira (30.nov), situação de emergência por 180 dias devido ao "iminente colapso" de uma mina da Braskem, na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. De acordo com a Defesa Civil, as minas de sal-gema da petroquímica tem provocado tremores e rachaduras no terreno e já houve cinco abalos sísmicos na área somente neste mês, o que pode ocasionar em desabamento e a formação de grandes crateras na região.
O problema, que começou em 2018, já obrigou o deslocamento de mais de 60 mil moradores de mais de cinco bairros. Isso porque, parte do subsolo de Maceió foi perfurado pela Braskem para a extração de sal-gema, um mineral retirada do subsolo e usado na fabricação de cloro, soda cáustica, e bicarbonato de sódio, mas que também serve de componente para a indústria farmacêutica, de higiene e limpeza, de celulose e têxtil, assim como no tratamento de água.
Entre os poços da Braskem, com até 120 metros de profundidade, o maior problema é a mina de número 18. Segundo o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo, se houver a ruptura nessa profundidade, pode ter um efeito cascata de outras minas.
"Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. E temos outros problemas. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia", afirmou.
"Esses poços foram perfurados a um quilômetro de profundidade. As minas tinham, então, 50 metros por 70 de altura. Essa é a informação oficial. Algumas outras se uniram mais acima do poço 18. E essa aqui começou a subir hoje e se encontra a 240 metros da superfície, o que era a um quilômetro. Aí está o risco", explicou o coronel Moisés.
De acordo com a Defesa Civil, a mina pode desabar nas próximas horas e pode atingir, além de Mutange, outros 23 imóveis no bairro Bom Parto, incluídos na área que passou de criticidade 01 (menor risco) para criticidade 00 (maior risco). Uma decisão da Justiça Federal determinou que a Braskem realoque as famílias desses imóvel.
Um mapa divulgado pela Defesa Civil de Maceió mostra a extensão da área afetada.
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