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Verão deve ter temperaturas acima do normal em quase todo o Brasil

Fenômeno climático El Niño terá forte atuação nos próximos meses

Verão deve ter temperaturas acima do normal em quase todo o Brasil
Pessoa passa em frente a termômetro de rua marcando 40ºC (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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O verão 2023/2024 não será um verão normal, no Brasil, pois o fenômeno climático El Niño terá forte atuação nos meses da estação, informou no sábado (25.nov) a empresa de serviços de meteorologia Climatempo.

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O El Niño é o aquecimento natural, temporário e ocasional de parte do Oceano Pacífico que altera os padrões climáticos no mundo todo. Ele influenciou o clima no território brasileiro durante toda a primavera, de acordo com a Climatempo.

Ainda conforme a empresa, o El Niño observado em 2023 é considerado de forte intensidade e influenciará toda a próxima estação. "Além do excesso de chuva no Sul do Brasil, que ainda será observado no verão, e da redução da chuva na região Norte, que vai atrasar a recuperação do nível de água dos rios, da diminuição da chuva também no período chuvoso do norte do Nordeste, um outro efeito do El Niño é alterar a distribuição da chuva também sobre o Sudeste e o Centro-Oeste", acrescenta o comunicado.

Conforme a Climatempo, considerando o maior aquecimento que já ocorre naturalmente no país em dezembro e janeiro e a irregularidade da chuva provocada pelo El Niño, a expectativa é de que este verão "tenha temperaturas acima do normal em quase todo o Brasil e picos de calor intenso, em áreas localizadas".

"O Brasil terá, sim, um verão quente, com calor acima do normal, porém, é menos provável que ocorram novas ondas de calor tão intensas e extensas como as que foram observadas em novembro e setembro".

A Climatempo explica que uma situação especial precisará ser monitorada no verão: a possibilidade de atuação da Alta Subtropical do Atlântico Sul (Asas) com força acima do normal e em posição mais próxima da posição do país do que costuma acontecer. "Este tipo de alteração da Asas pode gerar condições para um aquecimento muito acima do comum especialmente no leste do Sudeste, abrangendo o leste de São Paulo, os estados do Rio De Janeiro e do Espírito Santo e o leste de Minas Gerais", pontua a empresa.

No mês de dezembro, diz a Climatempo, o aquecimento solar e o número de horas com sol para esquentar o ar crescem, em comparação a novembro e outubro, porque o Hemisfério Sul "vai se aproximando do solstício de verão, que este ano ocorre no dia 22 de dezembro, à 00h27".

"É no solstício de verão que o Hemisfério Sul e o Brasil recebem a maior carga de sol. Mas, na prática, essa 'dose máxima de sol' já ocorre semanas antes do solstício e se prolonga por semanas depois desta data", explica.

O solstício de verão acontece quando um dos polos da Terra tem sua inclinação máxima em direção ao Sol. Conforme a Climatempo, é nos meses de dezembro e janeiro "que o Brasil fica mais próximo do solstício de verão e recebe a maior 'carga de sol' do ano".

"Só isso já faz com que o ar esquente mais nestes meses e as temperaturas fiquem naturalmente mais elevadas. As madrugadas de dezembro e de janeiro são, em geral, mais quentes do que em outros meses do ano".

A empresa de serviços de meteorologia ressalta que, em geral, nos dias da próxima estação, as primeiras pancadas de chuva da data acontecem no início da tarde e vão, muitas vezes, até a noite, sendo que, na primavera, muitos dias são sem chuva ou com pancadas de chuvas no fim da tarde, o que permite mais hora de sol forte. Além disso, "a nebulosidade em dias de verão, em geral, é maior do que em dias de primavera".

"Temperaturas extremas da tarde, os recordes do ano, e ondas de calor, em geral, não são comuns no Brasil nos meses de verão porque o excesso de nebulosidade e a chuva mais frequente, que normalmente se observa no verão, dificultam a elevação da temperatura", complementa.

Precipitações

De acordo com o meteorologista Vinícius Lucyrio, da equipe de previsão climática da Climatempo, com o El Niño, o verão no país desta vez será marcado por pancadas de chuva causadas pelo calor e alta umidade, e não por grandes e persistentes áreas de instabilidade, como acontece quando há uma Zona de Convergência do Atlântico (ZCAS). Dessa forma, a irregularidade espacial e temporal da chuva será perceptível pela população.

O especialista prevê que, no verão 2023/2024, será mais difícil a formação e permanência de corredores de umidade e de formação de Zona de Convergência do Atlântico (ZCAS) sobre o país. "As projeções iniciais para o verão mostram que o mês mais provável para organização de uma ZCAS será fevereiro de 2024".

A ZCAS é o sistema responsável por períodos de chuva generalizada e volumosa no Sudeste e Centro-Oeste brasileiros. As grandes modificações na circulação de ventos sobre a América do Sul provocadas pelo El Niño dificultam a organização da Zona.

Segundo Vinícius Lucyrio, não se pode esperar, para este verão, por chuva semelhante às dos últimos três. "Os verões 2020, 2021 e 2022 foram sob influência de La Niña, moderada a forte, fenômeno oposto ao El Niño. Tivemos vários episódios de ZCAS nos últimos três verões, e fortes, justamente com a ajuda do La Niña. Este próximo verão teremos a influência de um El Niño forte e que vai dificultar muito a formação de ZCAS".

A previsão para o Norte é de que a chuva na próxima estação continuará abaixo da média na maior parte da região. No oeste do Amazonas e no Tocantins, pode chover um pouco acima do normal, mas somente em fevereiro e março.

No norte do Nordeste, onde normalmente a precipitação cresce no verão, pode ocorrer chuva abaixo da média e temperaturas acima do normal, causando deficiência hídrica na quadra chuvosa da área. Neste cenário, a tendência é que a seca se agravará.

Já no Centro-Oeste, neste verão, deve ocorrer chuva muito irregular e abaixo da média em Mato Grosso, principalmente no oeste do território mato-grossense, incluindo áreas do Pantanal. A partir do primeiro mês de 2024, a chuva deve ficar entre a média e um pouco acima dela no estado de Goiás e no Distrito Federal.

Vinicius Lucyrio pontua que "a chuva naturalmente aumenta sobre o Brasil no verão, mas este ano, com o El Niño, muitas áreas do Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste vão ter menos do que o normal".

No Sudeste, a precipitação da próxima estação dependerá principalmente do calor, que provoca pancadas de chuva até forte intensidade, mas que atingem pequenas áreas. De acordo com a Climatempo, este tipo de chuva possui grande variabilidade temporal e espacial, e eventuais passagens de frentes frias pela costa do Sudeste ajudará a distribuir melhor a precipitação.

Vinícius Lucyrio diz que no Sul do país, em janeiro e feveireiro, "a chuva deve ficar concentrada no oeste e sul do Rio Grande do Sul, onde deve chover mais do que a média".

"Nas outras áreas da região Sul, a temperatura fica alta e ocorrem pancadas de chuva típicas de calor. Assim, os volumes de chuva no verão tendem a ficar entre a média e um pouco acima. Mas mesmo assim, ainda tem risco alto de transtornos em toda a região por conta do solo já estar muito saturado".

De acordo com o especialista, em março, no Sul, o risco de chuva muito volumosa e persistente tende a aumentar outra vez. Ainda sobre a região, pontua: "eventualmente a formação de frentes e ciclones vai provocar chuva volumosa, de forma abrangente, mas a frequência desse tipo de ocorrência será menor no verão".

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