13 cidades do Amazonas estão em situação de emergência por conta da seca
Redução do nível dos rios compromete a navegação e dificulta o escoamento da Zona Franca de Manaus
Mariana Rocha
A seca prolongada fez 13 cidades decretarem situação de emergência no Amazonas. A redução do nível dos rios comprometeu a navegação e tem dificultado o escoamento da produção da Zona Franca de Manaus.
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Não tem sido fácil navegar pelos rios do Amazonas neste período de estiagem. São registrados acidentes quase todos os dias. Uma balsa que transportava veículos, material de construção e insumos -- de Manaus para o interior do estado -- bateu em uma pedra. Parte do cimento transportado precisou ser jogada no rio para evitar que a embarcação afundasse por completo. Os transtornos provocados pela seca estão afetando a economia em todo o estado.
Em regiões isoladas do Amazonas, a seca trouxe dificuldade no transporte de combustíveis, gás e alimentos -- por exemplo -- o que encarece e muito o valor dos produtos.
A dona de casa Jacyara Guerra, que mora a duas horas de Manaus, fala sobre as dificuldades enfrentadas: "na seca tudo fica dificultoso pra gente, ainda mais pra nós que somos da zona ribeirinha. Então, se 1 kg de arroz lá (Manaus) é R$ 4, aqui é R$ 5, R$ 6 reais. A gasolina lá é R$ 6,69, pra cá é R$ 8,50, R$ 9,00, então tudo fica dificultoso".
Em Alvarães, cidade a mais de 500 km de Manaus, cerca de 700 famílias estão isoladas. A prefeitura decretou estado de emergência. Não há como as embarcações chegarem.
O nível do Rio Negro desce cerca de 30 centímetros por dia, o que -- segundo especialistas em navegação -- pode reduzir em até 40% a capacidade de navegação em duas semanas. Se isso acontecer, a Zona Franca de Manaus terá ainda mais dificuldade para escoar os produtos.