Produtores rurais conseguem aumentar renda com assistência técnica gratuita
Mais de um milhão de pessoas conseguiram receber orientações sobre como agregar valor aos produtos, com iniciativa gratuita
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No dia 21 de setembro é comemorado o Dia do Fazendeiro. São trabalhadores que fornecem alimentos, roupas e recursos fundamentais para a sobrevivência. E, apesar do agronegócio ser popularmente relacionado a grandes maquinários e produções em larga escala, o setor é composto principalmente por pequenos e médios produtores rurais.
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Dos cinco milhões de estabelecimentos agrícolas brasileiros, apenas 500 mil compõem as classes A e B rurais, concentrando 86% do valor bruto da produção, o VBP -- faturamento bruto, com a média de preços recebidos pelos produtores. Na classe C, estão inclusos um milhão de produtores, dividindo 13% do VBP.
Para aqueles que têm a menor renda no agronegócio conseguirem crescer, é necessário investimento em qualificação técnica, na avaliação do diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Daniel Carrara.
"Temos três milhões e meio de produtores que estão fora dessa lógica comercial. Sobra pouco para eles. E temos uma camada grande da sociedade que não acompanha esses movimentos mais econômicos, e aí acaba achando que o agro se trata de grandes colhedoras de R$ 5 milhões, grandes caminhões ou caminhonetes. Alguns filmes e novelas mostram a realidade que não é a verdadeira", avalia Carrara em entrevista ao SBT Agro.
Para ajudar as faixas mais pobres do agronegócio a crescerem, a atualização do conhecimento dos produtores rurais é necessária, porque as técnicas mudam com o passar do tempo. É nesse sentido que o Senar tem trabalhado, oferecendo cursos de Assistência Técnica e Gerencial (ATEG) gratuita aos produtores rurais.
"A tecnologia avança e a pessoa que sabia tirar leite há 20 anos, hoje não sabe mais. Então, é um desafio grande. Temos um milhão de pessoas capacitadas todos os anos em nossas ações. Estamos em 98% dos municípios brasileiros. A gente dá as capacitações nas próprias propriedades rurais. Monta-se um ambiente de trabalho dessa mão de obra, que, não raro, não é nem alfabetizada", explica.
Quase 400 mil pessoas já foram atendidas nesse programa nos últimos cinco anos. Na ATEG, o produtor contemplado recebe visitas periódicas de um técnico de campo. O profissional avalia os erros cometidos na lida do campo, por exemplo: insumos inadequados, desperdício de materiais, práticas ultrapassadas ou fora da legislação. O produtor então, corrige as técnicas e também recebe auxílio sobre como gerir o negócio, fazer planilhas e colocar as contas em dia. Em alguns casos, o produtor que recebe atendimento não sabe sequer precificar o próprio produto ou calcular o lucro real. Por isso, segundo o diretor do SENAR, as orientações são imprescindíveis para que essas famílias mais pobres consigam chegar à classe média rural.
Para participar da assistência ou cursos gratuitos, o produtor deve buscar informações no sindicato rural mais próximo. Além da qualificação técnica, o sistema CNA/SENAR promove ações voltadas para a saúde, com mutirões de exames e consultas em áreas de difícil acesso, onde muitas vezes o poder público não consegue chegar. "Queremos fortalecer essas ações na área de prevenção e cuidados com a saúde. Essa é uma das prioridades", finaliza.