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Brasil

Casos de importunação sexual crescem 90% em São Paulo

Maioria das denúncias ocorre no transporte público, local onde as mulheres se sentem mais inseguras

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Imagem mostra mulheres em um vagão de metrô
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Os casos de importunação sexual contra mulheres no estado de São Paulo tiveram um aumento de 91,04%. De janeiro a março deste ano foram 789 registros, em comparação com 413 no mesmo período do ano anterior. A cidade de São Paulo apresentou dados ainda mais alarmantes: um aumento de 142,85%, passando de 133 casos no 1º trimestre do ano anterior para 323 no mesmo período desde 2023.  O levantamento feito pelo SBT considerou dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo.

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"Às vezes, apenas aquele olhar constrangedor. Um beijo forçado, um toque, se esfregar na mulher, ejaculação, apertar, pôr as mãos em partes íntimas, são diversos atos que podem configurar importunação sexual", explica Sueli Amoedo, advogada especialista em políticas públicas para mulheres.

Pelo quinto ano seguido, o transporte público aparece no topo dos lugares onde as mulheres mais se sentem inseguras. Vagões lotados e a facilidade em não ser visto favorece a ação dos abusadores nesses espaços.

"Normalmente eu sento perto de mulheres, tanto em ônibus quanto em metrô. Quando estou no metrô, fico mais encostada nas paredes, não gosto de ficar no meio. Ou coloco a bolsa para trás porque pelo menos fica protegido", explica a estudante Eloísa Nunes, usuária do transporte público.

A importunação sexual só passou a ser crime em 2018. Um dos grandes desafios para combater esse tipo de violência é que muitas vítimas não registram boletim de ocorrência.

A estudante Pyetra Siqueira é uma delas. "Entrei no ônibus e ele estava um pouco mais cheio do que o normal. Eu estava de pé segurando no corrimão, deixei um certo espaço para as pessoas passarem, para não ter problema, e um homem por volta de uns 40 anos, 50 anos, passou se esfregando em mim de forma que eu pudesse sentir sua genitália. Eu fiquei muito incomodada na hora e travei. Passei muitos meses até entender que aquilo havia sido um abuso", conta Pyetra.

Nesta semana, um caso de importunação sexual em uma universidade particular de São Paulo se espalhou nas redes sociais. No vídeo, estudantes de Medicina, com as calças abaixadas, simulam uma masturbação coletiva durante um jogo de vôlei feminino. A Universidade Santo Amaro ainda não se pronunciou. O centro acadêmico do curso afirmou que a atitude dos alunos não representa a entidade.

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