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Chacina do Vigário Geral completa 30 anos; relembre

Massacre aconteceu na madrugada do dia 29 de agosto de 1993, 21 pessoas morreram

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MARIO LEITE - AFP
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Há 30 anos uma foto chocava o país, nela estavam 18 das 21 vítimas da Chacina do Vigário Geral, uma ao lado da outra, em caixões abertos posicionados no chão. A imagem em questão, apesar de forte, não consegue representar toda a violência sofrida pela comunidade do Vigário Geral, na zona Norte do Rio de Janeiro, naquele dia.

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Massacre motivado por vingança
Na madrugada do dia 29 de agosto de 1993, cerca de 50 policiais adentraram a favela de Vigário Geral com a intenção de vingar a morte de quatro companheiros, mortos na noite anterior após caírem numa emboscada articulada pela facção criminosa que controlava a região na época.

Os policiais, no entanto, decidiram matar os moradores daquela favela de maneira aleatória. Nenhuma das vítimas tinha qualquer relação com a quadrilha.

A violência brutal começou num bar em que pessoas que comemoravam a vitória da seleção brasileira contra a Bolívia nas eliminatórias da Copa de 1994. A comemoração durou pouco, já que os agentes, segundo testemunhas, entraram no local exigindo os documentos dos presentes e, logo em seguida, jogaram uma bomba no estabelecimento.

Não satisfeitos, os policiais ainda atiraram contra os sobreviventes do bar e mataram sete pessoas. Próximo ao estabelecimento morava uma família de oito pessoas, pelos seus vizinhos eles eram conhecidos por frequentarem uma igreja evangélica. A polícia matou todos, a maioria deles não estavam nem acordados no momento dos disparos.

Os demais mortos foram assassinados conforme os polícias passavam pela rua. Um deles, inclusive, foi baleado enquanto segurava a marmita que levaria ao trabalho. Dessa forma, foi possível ver a comida caída no chão ao lado do corpo do mecânico Edmilson José Prazeres da Costa, de apenas 23 anos.

Julgamento
Cinquenta e duas pessoas foram denunciadas por envolvimento na chacina. Atualmente nenhuma delas está presa. Dos sete que foram condenados, três foram absolvidos em outros julgamentos, dois receberam liberdade condicional e os outros dois faleceram antes do cumprimento de toda a pena.

Pensão do Estado
No final de 2020, o governador em exercíico do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), assinou um decreto que determinava a retomada das pensões às famílias das vítimas. O valor deixou de ser depositado entre 2019 e 2020 por, segundo o governo, problemas burocráticos. A retomada do pagamento se deu após os parentes negociarem com o secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Bruno Dauaire.

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