Mauro Cid fala de venda de itens, leilão de kit Arábia e cita US$ 25 mil a Bolsonaro
Conteúdo foi afirmado em áudio, e consta em relatório de investigação da Polícia Federal divulgado pelo STF
Lis Cappi
Em meio às investigações de venda ilegal de presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Federal descobriu um áudio do tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, em que cita a venda de produtos, o leilão de um kit Arabia e conta um plano para repassar 25 mil dólares em espécie ao ex-presidente. As informações são de investigação da PF, e foram divulgadas petição do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta 6ª feira (11.ago).
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De acordo com as investigações, os três temas foram abordados em um só áudio, que também cita Mauro César Lourena Cid, pai do tenente-coronel. A mensagem foi enviada para o assessor especial de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, em 18 de janeiro.
O inquérito do STF aponta que o delegado do caso, Fábio Alvarezschor, considera que as mensagens revelam objetivo de tentar vender as esculturas douradas e a existência de recursos em dólar, supostamente de propriedade de Jair Bolsonaro. O dinheiro estaria com o pai de Cid, e havia o plano para entregar às mãos do então presidente.
"Na mensagem, Mauro Cid aborda três assuntos que estariam relacionados. O conteúdo do áudio revelou, inicialmente, que o general Mauro Lourena Cid estaria com 25 mil dólares, possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro. Na mensagem, Mauro Cid deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai, diz: ?Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ?cash? aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né? (...)", diz trecho do documento divulgado.
Em seguida, Cid fala que encontra dificuldade para vender esculturas douradas - que, de acordo com a apuração, foram presentes de autoridades estrangeiras a Bolsonaro. O tenente-coronel ainda o leilão de um kit, que contaria com um relógio. O documento também apresenta um mapa com possíveis pessoas e locais identificados até o momento:
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