Condição de pontes na floresta amazônica preocupam caminhoneiros
Além dos prejuízos com a quebra dos veículos, eles convivem com o perigo ao atravessar os rios da região
Nara Bandeira
As condições das pontes de madeira nas estradas que cortam a floresta amazônica preocupam os caminhoneiros. Além dos prejuízos com a quebra dos veículos, eles convivem com o perigo ao atravessar os rios da região.
Em Goianésia, no sudeste do Pará, um caminhão atravessava a ponte de madeira sobre o Rio Moju e, na metade do caminho, parte da estrutura cedeu. O veículo ficou pendurado. O motorista teve escoriações pelo corpo. Agora, os moradores da região terão que pegar um caminho alternativo, mais longo, para chegar à área urbana.
Situação preocupante também no trecho da BR-230, a Transamazônica, entre as cidades de Jacareacanga e Itaituba, sudoeste paraense. Ao longo dos 700km de estrada de terra, existem 20 pontes de madeira, por onde passam veículos pesados todos os dias. Os caminhoneiros reclamam que são raras as estruturas adequadas.
"Tem ponte que não tem condições de passar, tem que rodar só durante o dia mesmo, à noite é bem complicado", afirma o caminhoneiro Alexandre Nazaré.
Policiais rodoviários federais reconhecem que o efetivo de menos de 40 agentes nessa região do Pará não é suficiente para orientar os motoristas nos trechos mais perigosos. Segundo a PRF, para evitar acidentes mais graves, o ideal é passar um veículo de cada vez pelas pontes.
"Traçando uma velocidade menor, tomando cuidado pra se adequar ao eixo da ponte antes de iniciar esse transcurso e que, especialmente, tenha ali uma dose de cautela pra não sobrecarregar aquele trecho ali que tem um volume menor, uma vazão menor de escoamento"", afirma Felipe Zafra, policial rodoviário federal.
O caminhoneiro Claudelino Sousa transporta alimentos e vive preocupado: "chega às vezes a estragar devido ficar atolado esperando um, dois dias pra poder chegar no destino. Muito combustível e peça também né? Quebra muito o caminhão e acaba gastando muito em oficina".