Redes sociais: jornalistas discutem como lidar com o extremismo político
Debate aconteceu no 18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, na ESPM, em São Paulo
Maria Ferreira dos Santos
O debate em torno dos impactos da disseminação de fake news ganhou um personagem cada dia mais forte: o extremismo. O que levou, por exemplo, uma multidão de pessoas a invadir as sedes dos Três Poderes no dia 08 de janeiro?
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Foi a partir desse questionamento que os jornalistas Alexandre Aragão, Carol Pires e Saulo Guimarães iniciaram a palestra "Como cobrir extremismo nas redes e seus impactos na vida real" na manhã nesta 5ª feira (29.jun) no 18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.
Saulo Guimarães, repórter do UOL, foi o mediador da mesa, enquanto Alexandre Aragão, diretor-executivo no Aos Fatos, e Carol Pires, roteirista do documentário "Extremistas.br", foram os convidados da mesa. Na ocasião, os jornalistas compartilham bastidores de suas produções e discutiram os impactos da desinformação na política brasileira.
Dados
Para entender o caminho tomado pelo extremismo nas redes sociais, segundo Aragão, é necessário compreender dados e suas dimensões. Ele explica que essa é uma ferramenta utilizada tanto pelos publicitários de campanhas eleitorais, quanto pelos algoritmos das plataformas. Sendo assim, é imprescindível que o jornalismo também lide com dados.
Pires, por sua vez, acrescenta que além dos dados é necessário compreender o contexto politico-social de uma onda extremista. Ela argumenta que algumas pessoas estão exaustadas com suas rotinas e ao se deparar com uma fake news encontram "uma explicação simples que resolve tudo" e não se dão ao trabalho de verificar.
O problema é que esses cidadãos muitas vezes não compreendem como a desinformação é prejudicial a eles, ao país e à democracia, defenderam os jornalistas convidados.