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Brasil

15 anos de Lei Seca: mortes por acidentes provocados pelo uso de álcool caem 32%

Segundo estudo, a taxa de óbitos entre 2010 e 2021 passou de sete a cada 100 mil habitantes para cinco

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Operação da Lei Seca
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Nesta 2ª feira (19.jun), completa 15 anos que a Lei Seca entrou em vigor no Brasil. A proibição de dirigir depois de consumir bebida alcoólica reduziu em 32% os óbitos decorrentes de acidentes de trânsito por uso de álcool no Brasil entre 2010 e 2021. É o que mostram os dados divulgados pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), referência nacional do tema.

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Segundo dados do "Panorama dos acidentes de trânsito por uso de álcool no Brasil", a taxa de óbitos nesse período passou de sete a cada 100 mil habitantes para cinco. Contudo, houve um aumento no número de hospitalizações, 34%.

Somente em 2021, o Brasil registrou 8,7 internações e 1,2 mortes por hora em razão de acidentes de trânsito provocados pelo uso de álcool, o que significa em um ano 75.983 hospitalizações e 10.887 óbitos por essa causa. As maiores vítimas são os homens, que representam 85% das internações e 89% das mortes. Em relação à faixa etária, a população entre 18 e 34 anos de idade é a mais afetada, de acordo com as informações mais recentes levantadas pela entidade com base nos dados do Datasus, do Ministério da Saúde.

Internações por acidente de trânsito relacionadas ao uso de álcool por 100 mil habitantes
Internações por acidente de trânsito relacionadas ao uso de álcool por 100 mil habitantes

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"Ter uma legislação que proíba álcool e direção é uma das estratégias mais eficazes para diminuir acidentes de trânsito no mundo e o fato de que eles vêm perdendo consideravelmente sua letalidade no Brasil é muito positivo. Mas sabemos que a prevenção é ainda mais efetiva quando a fiscalização é constante e resulta em sanções rápidas e severas, e quando há campanhas de educação", avalia Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do CISA

Óbitos por acidente de trânsito relacionadas ao uso de álcool por 100 mil habitantes
Óbitos por acidente de trânsito relacionadas ao uso de álcool por 100 mil habitantes

A análise estatística inédita do CISA, que avaliou o período entre 2010 e 2021, apontou que entre os ocupantes de veículos e pedestres, a tendência de queda foi observada tanto nos óbitos como nas internações. No entanto, entre ciclistas e motociclistas, a tendência é de crescimento das internações. De acordo com Guerra, ainda há pessoas que acreditam que a pouca ingestão de álcool não interfere na capacidade de dirigir, o que é um equívoco.

"Em pequenas quantidades, o álcool já é capaz de alterar os reflexos do condutor e, conforme a concentração de álcool no sangue se eleva, aumenta também o risco de envolvimento em acidentes de trânsito graves, uma vez que ele provoca diminuição de atenção, falsa percepção de velocidade, aumento no tempo de reação, sonolência, redução de visão periférica e outras alterações neuromotoras"

O CISA alerta ainda que cerca de 5,4% dos brasileiros relataram dirigir após beber e esse índice apresenta estabilidade no Brasil. Em algumas capitais, como Recife (PE), Natal (RN) e Salvador (BA), foi observada tendência de queda entre a população; mas em Manaus (AM), Palmas (TO) e Campo Grande (MS) foi registrada tendência de aumento entre as mulheres, entre 2011 e 2020.

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