Bolsonaro afirma não haver materialidade em ação contra ele no TSE
Em São Paulo, o ex-presidente também comentou a recente visita de Maduro ao país: "Comigo, jamais"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 5ª feira (1º.jun) não existir materialidade na ação mais avançada que pode deixá-lo inelegível. Ele é alvo de um processo, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que trata de sua reunião com embaixadores, realizada enquanto presidente e pré-candidato à reeleição, em que fez acusações contra o sistema eleitoral sem provas.
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Nesta 5ª feira, o relator da ação, o corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, a liberou para julgamento. Por outro lado, ele ainda não divulgou seu voto. Cabe agora ao presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, marcar a análise no plenário da Corte.
"Qual que é a materialidade dessa acusação? Dois meses antes de mim, o ministro Fachin, que tava no TSE, se reuniu também com embaixadores e terminou essa sua conversa dizendo para eles: 'tão logo o resultado das urnas apareça, que seus respectivos chefes de Estado reconheçam imediatamente o resultado das eleições', afirmou o ex-mandatário, que está em São Paulo para realizar uma bateria de exames no Hospital Vila Nova Star, da Rede D'Or.
"Eu convidei os embaixadores, não foi nenhuma crítica ao TSE, foi para mostrar como era o nosso sistema eleitoral. E foi por aí, não houve ataque à justiça eleitoral", afirmou à imprensa ao sair do local, por volta de 16h.
Bolsonaro também comentou a visita recente do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os temas discutidos entre os dois chefes de Estado esteve a retomada das relações bilaterais, rompidas em 2019, quando Bolsonaro, então presidente, publicou uma portaria que impedia a entrada de autoridades do alto escalão da Venezuela no país. Na época, ele reconheceu o autoproclamado presidente Juan Guaidó como chefe de Estado legítimo do país vizinho.
"Olha, comigo ele não entrava aqui. Quando falam em direitos humanos, me acusam muito de ser uma pessoa que não dá bola pra direitos humanos. Mas você pode ver, ainda recebemos, em média, 600 venezuelanos por dia, fugindo a pé via Pacaraima e depois para Boa Vista e todo o Brasil. E são pessoas que fogem da fome, da miséria, da violência, então, um presidente da República, um ditador como é o Maduro, jamais, comigo, aqui no Brasil, ele seria recebido", disse.
Ainda nesta 5ª, Bolsonaro deve assistir, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um jogo do São Paulo contra o Sport pela Copa do Brasil, no estádio do Morumbi. O ex-mandatário ficará hospedado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, a convite de Tarcísio.
Segundo Bolsonaro, eles devem discutir as eleições municipais de 2024. O ex-presidente, contudo, não quis informar se já existe um candidato definido.
"Na pauta vai estar tudo. Eleições municipais, não vamos bater o martelo, eu conversei com ele da última vez e está em pé, nós vamos estar juntos aqui em São Paulo, em especial no nome que nós escolhemos, juntamente com os presidentes de nosso partido, pra disputar a prefeitura o ano que vem.", comentou.
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