Volkswagen suspende layoff após governo anunciar programa para carros populares
Montadora pretendia diminuir operação na fábrica de Taubaté (SP), gerando demissões
A Volkswagen anunciou a suspensão do layoff previsto para a fábrica de Taubaté (SP) neste ano, o que significa que a montadora não irá mais demitir ou suspender o contrato dos funcionários. A decisão foi comunicada ao Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) nesta 4ª feira (31.mai).
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A mudança de posicionamento da Volkswagen ocorre após o governo Lula lançar um programa que oferece descontos de até 10,96% no preço de carros populares, com foco em veículos de até R$ 120 mil.
O programa do governo, resultado de discussões entre o movimento sindical, propõe a redução de impostos, como IPI e PIS/Cofins, levando em consideração diversos fatores, como emissão de carbono, geração de empregos, nacionalização das peças e preço. As fábricas que se enquadrarem nessas características terão a oportunidade de reduzir o preço dos carros. A Volkswagen inicialmente anunciou a suspensão do layoff por um mês, mas agora informa que não haverá layoff na fábrica de Taubaté até o final do ano.
A fábrica de Taubaté é responsável pela produção do Polo Track, novo carro de entrada da Volkswagen que substituiu o Gol. Com cerca de 3 mil trabalhadores, a unidade pretendia aplicar o layoff em um turno de produção, afetando 800 funcionários. No entanto, devido ao novo cenário de produção e aos incentivos do programa do governo, a medida não será mais necessária neste ano.
"Isso é muito importante para os trabalhadores e trabalhadoras. O que nós queremos é que a produção fique efetiva, tendo a garantia dos nossos empregos", afirma o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, conhecido como Claudião.
O programa lançado pelo governo também tem como objetivos a melhoria da eficiência energética da frota automotiva e o impulso à cadeia produtiva do setor automotivo no Brasil. Com a redução de PIS, Cofins e IPI, serão contemplados 33 modelos de 11 marcas, com preços de até R$ 120 mil. Os cortes de impostos serão escalonados com base em um índice que leva em consideração o desempenho do veículo em três fatores: eficiência energética (nível de emissão de carbono), densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento na região) e preço (ampliação do acesso).
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, essa medida é temporária e visa estimular um setor que contribui com 20% do PIB da indústria de transformação e enfrenta uma capacidade ociosa de 50%. O programa tem o objetivo de preservar empregos diretos e indiretos nas montadoras e em toda a cadeia produtiva.
Além das reduções definidas pelo governo, as montadoras poderão estabelecer outras reduções, incluindo as relacionadas à venda direta de carros pela fábrica. O governo também planeja emitir uma Medida Provisória (MP) para permitir esse tipo de transação. A renovação da frota está alinhada aos objetivos do Programa Rota 2030, que entrará em sua segunda fase no segundo semestre e visa reduzir em 50% as emissões de CO2 dos veículos automotores até 2030.
*Estagiário sob supervisão de Camila Stucaluc
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