Polícia Federal vai investigar expulsão de mulher negra de avião
Pesquisadora foi obrigada a sair de aeronave por não despachar mochila; caso foi apontado como racismo
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A Polícia Federal afirmou, neste domingo (30.abr), que vai investigar a expulsão da pesquisadora Samantha Barbosa, uma mulher negra, de um avião da companhia aérea Gol que saía de Salvador (BA) com destino a São Paulo. A investigação vai apurar a eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos de retirada compulsória da passageira.
Em nota, o Ministério das Mulheres disse que o episódio demonstra o racismo e a misoginia que atingem de forma estrutural as mulheres negras no Brasil. Pede ainda que providências sejam tomadas pela companhia aérea, que deve "desculpas e explicações após a abordagem".
Os Ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e da Cidadania também se pronunciaram, informando que notificaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para adoção de medidas para prevenir, coibir e colaborar com a apuração de casos de racismo praticados por agentes de empresas aéreas, aprimorando seus mecanismos de fiscalização.
O processo permanecerá em sigilo até a completa elucidação dos fatos.
Expulsão de voo
Uma mulher negra foi expulsa de um avião da companhia aérea Gol, após uma situação envolvendo a bagagem da passageira. O caso ocorreu na noite de 6ª feira (28.abr) e foi divulgado pela jornalista Elaine Hazin nas redes sociais, gerando revolta e acusações de racismo por parte dos funcionários da empresa aérea.
No vídeo gravado por Elaine, Samantha Barbosa, professora de inglês e mestranda em saúde pública pela Fiocruz, aparece sendo interpelada por policiais federais. A passageira não conseguia um lugar para guardar uma mochila com um notebook. Por conta da situação, o voo atrasou.
Segundo Samantha, um passageiro a auxiliou, enquanto os comissários "não moveram um dedo" para ajudá-la. Ainda de acordo com a professora, a tripulação ainda a culpou pelo atraso no voo, que saiu de Salvador com destino a São Paulo, por não ter despachado a mochila. Nesse caso, o equipamento de Samantha seria danificado, além da questão da segurança por ser um aparelho eletrônico.
Três agentes da Polícia Federal entraram no avião para retirar Samantha, de forma "extremamente truculenta", segundo Elaine. A passageira questionou o motivo da retirada e um dos policiais não justificou o ato, acrescentando que se ela não saísse, todos os outros passageiros também teriam que sair.
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