Márcio França afirma que governo não descarta assumir gestão do Galeão
Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro sofre com a redução no número de voos
Liane Borges
O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, disse nesta 3ª feira (25.abr), em Brasília, que o governo federal não descarta a possibilidade de assumir a gestão do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
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Atualmente, apenas 12 voos diários partem com destino ao exterior e o aeroporto está esvaziado. Em frente ao Galeão, uma fila de táxis para quase nenhum passageiro.
"Fica aí à deriva. Um voo, dois voos por dia, fazendo preço de aplicativo pra sobreviver", afirma o taxista Geraldo Rodrigues da Silva.
Uma calmaria estranha também para os viajantes. "Triste, vazio. Já vi isso aqui com movimento, com gente, com vida", afirma Lourdes Claro, organizadora de eventos. "Viajei por vários lugares. Nunca vi um aeroporto assim tão vazio", diz a fotógrafa Nadja Melo.
O Galeão vem sofrendo, ano após ano, com a redução no número de voos. O aeroporto internacional, hoje, tem 54% a menos de embarques diários para fora do país, em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia de covid.
Para Marcus Quintella, especialista em transportes da Fundação Getúlio Vargas, o Galeão é vítima de um cenário desfavorável no Rio de janeiro: "isso se deve muito também à conjuntura econômica, à perda de empresas, perda de negócios no Rio de Janeiro. Somente o aeroporto não gera passageiros, o que gera passageiros é toda a atratividade de uma economia, de uma cidade, de toda a região metropolitana, tudo aquilo que atrai".
Para o governador e o prefeito, o esvaziamento foi provocado pela transferência de voos nacionais para o Aeroporto Santos Dumont. Nesta 3ª feira, Cláudio Castro e Eduardo Paes se reuniram com Márcio França, para pedir que o Santos Dumont só opere voos entre Rio, São Paulo e Brasília.
O ministro não descartou uma intervenção do governo no Galeão, que é administrado por uma empresa de Cingapura, a Changi: "a concessão é dela, ela tem direitos. Nós queremos respeitar esses direitos, é uma empresa respeitada. Só que ela tem também que agir pra nos auxiliar. Ou então, se ela falar definitivamente que não tem mais interesse, nós vamos fazer do nosso jeito".
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