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Brasil

Homens são os que mais publicam sobre violência contra mulher

No Brasil, 56% das postagens sobre o tema são feitas por eles. Conteúdo aborda "pena, tristeza e raiva"

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Homens são os que mais publicam sobre violência contra mulher
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Os tipos de violência contra a mulher mais discutidos entre os brasileiros na internet são misoginia e regulamentação da gravidez por estupro. A maior parte das postagens é feita por homens (56%) e expressa, principalmente, sentimentos de pena, tristeza e raiva. É o que diz um levantamento feito pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos, em parceria com a ONU Mulheres, na América Latina. 

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Além do Brasil, foram mapeadas publicações de México, Honduras, El Salvador e Guatemala. Na análise, o Brasil é o país que mais produziu conteúdo digital sobre o assunto: mais de 750 mil publicações em 2022. Segundo colocado, o México registrou aproximadamente 640 mil no mesmo período.  

Estudo

De acordo com a Ipsos, o levantamento foi feito com auxílio de recursos de inteligência artificial. Foram mapeadas discussões online sobre feminicídio e outras práticas de violência contra mulheres e meninas no Brasil em plataformas e redes sociais. "A partir deste estudo, foi possível identificar o perfil das pessoas que mais conversam sobre o assunto nas plataformas de mídias sociais", aponta a empresa. 

Segundo o relatório, os dados dos países pesquisados, no entanto, apresentam uma grande queda. Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o Brasil atingiu 2,6 milhões publicações sobre violência contra a mulher nas redes sociais durante o ano. Já em 2021, o  número caiu para aproximadamente 860 mil.

Importância das redes

A gerente sênior de Social Intelligence Analytics da Ipsos no Brasil, Helena Junqueira, afirma que essa queda nas conversas on-line não significa que haja desinteresse do público, mas sim que a pauta tem sido pouco estimulada. Para ela, o engajamento cresce quando o tema é mencionado. "É muito importante que imprensa, empresas privadas e instituições continuem dando visibilidade a este tema", avalia.

Junqueira ainda destaca o papel das redes sociais na visibilidade do tema. Afirma que quanto mais se fala sobre o assunto na internet, mais informação e acolhimento as mulheres encontram.

"As redes sociais têm o papel de gerar visibilidade para o assunto, provendo informação para mulheres que estejam sofrendo algum tipo de violência hoje ou que venham a sofrer no futuro. Além de existir um falso mito de que a violência está mais presente em determinadas classes econômicas, etnias ou regiões, é muito comum que as vítimas demorem a perceber a gravidade do que estão sofrendo, ou ainda tenham medo e vergonha de denunciar seus agressores", diz.

Além disso, trabalhar a consciência masculina é essencial no combate à violência contra a mulher, segundo Helena. 

"Na onda anterior desse estudo, fizemos uma análise das buscas no Google, que mostrou que muitos homens estão buscando informação para entender se estão sendo abusivos com suas parceiras. Hoje há grupos de apoio masculinos trabalhando na prevenção e na redução de reincidência, com ótimos resultados", diz. "É importante que os homens consigam enxergar seu papel na cultura machista e que tenham ferramentas para participar dessa transformação".

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