Marinha decide afundar o porta-aviões São Paulo em águas brasileiras
Navio oferece riscos ambientais e gerou impasse sobre seu futuro

Liane Borges
A Marinha decidiu afundar o porta-aviões São Paulo, que está desativado. Ele será levado para longe da costa, mas em águas territoriais brasileiras. Este parece ser o capítulo final no impasse sobre o destino do navio, que oferece riscos ambientais.
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Desde outubro, o porta-aviões São Paulo está navegando pela costa brasileira. O navio atracaria no estado de Pernambuco, mas não foi autorizado pelo governo local por causa da grande quantidade de amianto -- uma substância tóxica -- presente no casco.
A embarcação foi adquirida, pela Marinha do Brasil, no ano 2000, e foi desativada em 2017, em função do alto custo para a manutenção. O porta-aviões foi arrematado em um leilão por uma empresa turca.
Vendido como sucata, em agosto do ano passado, o porta-aviões deixou o Rio de Janeiro rumo à Turquia, mas quando chegou lá também foi recusado pela Justiça turca por causa dos possíveis danos ambientais.
Segundo o advogado da empresa turca, após quase 100 dias de viagem e um prejuízo de 10milhões de dólares, a companhia devolveu o porta-aviões para a Marinha brasileira.
"A única maneira de fazer isso viavelmente seria renunciar a propriedade em favor do antigo proprietário que tem toda a capacidade e conhecimento técnico pra tratar dessa maneira, da melhor forma possível, e foi isso que fizemos", afirma Zilan Costa e Silva, advogado da MSK.
A Marinha do Brasil reassumiu o controle do porta-aviões no mês passado e avalia a possibilidade de afundar o navio no oceano, mas o Ministério Público Federal alega riscos ambientais e entrou na Justiça Federal para impedir que isso seja feito. O pedido foi negado.
Em nota conjunta, a Marinha, o Ministério da Defesa e a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmam que não é possível adotar outra conduta que não o afundamento planejado e controlado do casco da embarcação,e que a AGU irá adotar todas as medidas cabíveis para salvaguardar o estado brasileiro.
Para o biólogo Bruno Masi, da Universidade Federal Rural da Amazônia, é preciso haver cautela: "a gente tem que limpar, deixar livre de toda a parte química, a parte toda de combustível, óleo, tudo isso tem que ser limpo da maneira correta".
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