Mais de 2,5 mil pessoas foram resgatadas de trabalho escravo em 2022
Maioria das ações ocorreram em áreas rurais; Minas Gerais lidera ranking de vítimas
Camila Stucaluc
Um total de 2.575 pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão em 2022. A cifra, divulgada nesta semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foi resultado de 465 fiscalizações realizadas em todo o país, o que gerou R$ 8,1 milhões em indenizações, a título de verbas salariais e rescisórias.
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De acordo com os dados, Minas Gerais foi o estado com mais ações fiscais ocorridas no ano (117), tendo 1.070 trabalhadores resgatados. A principal ação foi realizada na cidade de Varjão de Minas, onde 273 pessoas foram resgatadas de condições degradantes de trabalho na atividade de corte de cana-de-açúcar.
Do total de resgates, 73% delas ocorreram na área rural, onde, além do cultivo da planta, foram identificadas atividades de apoio à agricultura, produção de carvão vegetal, extração de madeira, criação de bovinos e extração de britagem de pedras. Trabalhos envolvendo o cultivo de produtos como alho, café e maçã também foram registrados.
Já no meio urbano, foram resgatados trabalhadores nas atividades da construção civil, roupas e de setores alimentícios, como restaurantes. No trabalho escravo doméstico foram encontradas 30 pessoas, em 15 unidades da federação, com maior foco na Bahia (10 casos). Paraíba, Minas Gerais e São Paulo tiveram 3 casos em cada estado.
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O relatório revela ainda que 35 crianças e adolescentes foram encontrados submetidas a trabalhos análogos à escravidão. Do total de resgatados, 10 eram menores de 16 anos e 25 tinham entre 16 e 18 anos. O cultivo de café foi a atividade em que mais crianças e adolescentes foram resgatados.