Causador de surto de diarreia, Norovírus infectou mais de 3 mil em Florianópolis
Contaminação de praias da região com esgoto seria uma das possíveis causas da epidemia

Priscila Dalagnol
Uma simples ida à praia no verão e o pronto atendimento já fica lotado. Florianópolis vive uma epidemia de virose. Pelo menos 3.713 pessoas já foram infectadas pelo "Norovírus", apontado como agente causador do surto de diarreia na região.
A doença causa vômito, diarreia e desidratação. Estudos da Universidade Federal de Santa Catarina identificaram o "Norovírus" como o responsável pela epidemia. A situação também é acompanhada pelo estado, que analisou amostras enviadas pelos municípios. Segundo o governo do estado, os resultados preliminares podem ajudar a identificar a origem do surto.
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O "Norovírus" é transmitido por bebidas e alimentos contaminados, e também pela água. O que pode estar diretamente ligado à balneabilidade de uma das praias mais procuradas pelos banhistas no verão, e região onde mais houve registro da doença: a Praia de Canasvieiras, que chegou a ter todos os pontos considerados impróprios para banho.
O vírus ainda foi detectado no Rio do Brás, que chega até a areia da Praia de Canasvieiras. "Esse é um alerta sanitário: água imprópria para banho. Então, se expor a esse ambiente é sim um fator de risco, não só para esse vírus, mas para outros patógenos, agentes causadores de gastroenterites, não só virais, como também as bacterianas", alerta a professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Gislaine Fongaro.
A companhia catarinense de águas e saneamento informou que o Rio do Brás tem quase 100% de coleta e tratamento, e que a contaminação pode ter sido causada por ligações clandestinas na rede de drenagem.
Mas, até a questão do saneamento não ser resolvida, o cuidado e a atenção com o vírus devem aumentar. "Muita hidratação, alimentação leve, repouso, evitar se expor ao calor. Se os sintomas persistirem, pode ligar para o 'Alô, Saúde', ou procurar o sistema de saúde mais próximo da sua casa", orienta a gerente de Vigilância Epidemiológica, Ana Cristina Vidor.
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