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FAB estreia caças altamente tecnológicos em Anápolis (GO)

Foram 4 aeronaves de guerra apresentadas com a mais moderna tecnologia em operação na América Latina

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As quatro primeiras unidades do caça sueco F-39 Gripen E/F entraram em operação em uma cerimônia nesta 2ª feira (19.dez), na base militar da Força Aérea Brasileira (FAB), em Anápolis (GO). A mais moderna aeronave em operação na América Latina foi oficialmente integrada após 16 anos do lançamento do projeto FX-2, um dos principais projetos estratégicos do Ministério da Defesa para a renovação da aviação de caça brasileira.

O projeto previa a compra e a entrega até 2027 de 36 Gripen por US$ 3,7 bilhões ou R$ 20 bilhões em valores atuais. Mas outras quatro aeronaves foram acrescidas neste ano ao contrato em vigor, totalizando 40 caças, que vão ser produzidos pela Saab em parceria com a Embraer. A FAB estuda ainda adquirir mais 26 Gripen por meio de outro contrato.

A mais nova máquina de guerra pode voar a 2.400 km/h e a 16 km de altitude. Cobre a distância entre São Paulo e Rio em 12 minutos e leva debaixo das asas seis toneladas de mísseis e bombas. Uma dessas armas, o míssil Meteor, atinge alvos a até 200 km. Custa, a peça, US$ 2,5 milhões. O segundo míssil é o Iris-T, para atuar no raio de 30 km. Sai por US$ 430 mil. Ambos são fornecidos por consórcios europeus. Carregado para sua missão básica, a defesa aérea, cobre 1.500 km de raio de ação.

Segundo a FAB, o avião pode receber mísseis ar-ar de curto e de longo alcance, mísseis ar-superfície e bombas guiadas por laser ou GPS para emprego contra alvos na terra e no mar. A carga em armamentos externos pode ser de até sete toneladas ? a aeronave pode decolar com peso máximo de 16,5 toneladas para missões de defesa aérea, ataque e reconhecimento sem precisar voltar para a base e mudar a sua configuração.

Novos caças

As primeiras unidades dos caças enviados ao Brasil foram fabricadas na Suécia. As 15 últimas aeronaves do primeiro lote de 36 caças serão construídas no País. O acordo para a compra do Gripen prevê ainda o treinamento de dois anos para 350 profissionais que vão cuidar da preparação das aeronaves na planta da Saab em São Bernardo do Campo e da montagem final na planta da Embraer, em Gavião Peixoto (SP).

Foi ali que pilotos de prova da FAB, da Embraer e da Saab executaram ensaios em voo, parte do programa de transferência tecnológica, para que os caças recebessem a licença inicial de operação. Só então os quatro aparelhos puderam ser transferidos para o 1.º GDA, na Base Aérea de Anápolis (BAAN).

A base passou por três obras para abrigar as novas aeronaves. A primeira foi no hangar de manutenção, a segunda, nos chamados hangaretes da linha de voo ? as garagens de aeronaves ? e a última, nas instalações do 1.º GDA, cujo prédio foi dividido em duas grandes alas, uma administrativa e outra operacional, para abrigar os sistemas de missão e de suporte do Gripen, com a montagem de simuladores de voo e estações de planejamento e produção.

Capacidade completa

Por enquanto, os F-39 ficarão em Anápolis, mas o comando da FAB estuda distribuí-los em outras bases, de acordo com a necessidade operacional, a disponibilidade de infraestrutura e a posição geográfica. É que o Gripen vai substituir paulatinamente os F-5M, caça de fabricação americana que entrou em serviço no Brasil em 1975 e cuja modernização, executada pela Embraer, terminou em 2020.

Segundo a FAB, o Gripen voará com sua capacidade completa em 2025. Só então todos os sistemas da nova aeronave estarão integrados, testados e prontos para serem empregados em combate. São sistemas que contaram com a participação de empresas brasileiras no desenvolvimento da produção de peças estruturais e de aviônicos ? a eletrônica de bordo dos aviões -, além de suporte logístico para a manutenção no País.

Concorrência

A escolha das aeronaves suecas concorreu com os caças F-18 Hornet americano e Rafale francês que o Gripen foi escolhido pela FAB para equipá-la nas próximas décadas. "O conjunto formado pelo novo vetor e os modernos armamentos adquiridos coloca a defesa aeroespacial brasileira em um elevado patamar, com um poder dissuasório inédito", disse Baptista Junior.

No futuro, o sucessor do F-39 disputará um mercado denso. Para competir na segunda metade do século terá de estar no estado da arte, incorporando tecnologia ?stealth? de furtividade, para dificultar a detecção. Eventualmente, poderá ser empregado como aeronave líder de esquadrões de drones armados. Ou mesmo voar sem piloto, de forma autônoma, orientado por inteligência artificial.
 

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